Você respeita a voz de quem gagueja?

Relatoras:
Dra. Miriam Ribeiro de Faria Silveira
Pediatra, Coordenadora Técnica do Setor de Neonatologia do Hospital e Maternidade-Escola Municipal de Vl. Nova Cachoeirinha, Psicanalista e Presidente do Depto. Científico de Saúde Mental da SPSP.

Dra. Renata Silveira Martinez Dias
Fonoaudióloga responsável pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Fluência de Falada PUC de São Paulo.

  
No dia 22 de outubro de 2011 foi comemorado o “Dia Internacional de Atenção à Gagueira”.

A voz representa a pessoa, seus valores, sua cultura.

As pessoas que gaguejam muitas vezes se silenciam, sufocam sua voz por temerem as reações dos outros.

Essas reações vão desde gentis tentativas de correção, tais como: calma , respire, fale devagar, até chacotas e imitações grosseiras que humilham.

Em uma relação em que a voz é sufocada, a pessoa deixa de ser ela mesma. Com isso, deixa de opinar e de se posicionar como poderia e como gostaria, deixando de dar sua contribuição, que talvez fosse realmente importante.

A gagueira não impede a pessoa de ter um discurso, de projetar sua voz e pode ser encarada como uma marca, uma característica.

A experiência de pessoas com gagueira mostra que ao assumi-la fica mais fácil lidar consigo e com as outras pessoas.

Além disso, quem convive com pessoas que gaguejam logo percebe que quanto mais se é receptivo ao seu discurso mais ele flui.

No acolhimento há respeito pela pessoa. É importante que cada um de nós colabore para desenvolver uma sociedade em que se respeitem os modos de ser de cada um e se dê voz a todos, independentemente do seu modo de falar.
Uma sociedade que inclui ao invés de excluir.

O respeito ao modo de falar aumenta a fluência tanto de quem gagueja como de quem não o faz. Ao escutar deve-se privilegiar o conteúdo da mensagem não a sua forma.

Isso não significa que a gagueira não tenha tratamento.
A pessoa ou família deve procurar um FONOAUDIÓLOGO especializado em problemas de fluência da fala. A psicoterapia também pode ajudar muito.

 

FONTE:
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Fluência de Fala da PUC de São Paulo e Instituto CEFAC-Ação Social em Saúde e Educação
Coordenador: Dra. Silvia Friedman 
Texto enviado pela Fonoaudióloga – Dra.Renata Silveira Martinez Dias
www.gagueiraesubjetividade.info

 

Texto divulgado em 28/11/2011