No dia 10 de maio é celebrado o Dia Internacional de atenção à pessoa com lúpus (Dia mundial do lúpus). A data tem como objetivo conscientizar e orientar as pessoas em relação à doença, que também pode acometer crianças. O lúpus não tem cura, mas, se mais pessoas conhecerem a doença, o diagnóstico poderá ser feito mais rápido, assim como o início do tratamento e a melhora da qualidade de vida, tanto do paciente, quanto de sua família.
O lúpus é uma doença crônica, com origem multifatorial (ambiental, genética, emocional e hormonal), que pode afetar diferentes regiões do corpo, como a pele, as articulações, as células do sangue, o sistema nervoso, os rins e as membranas que recobrem o coração e os pulmões. É mais comum no sexo feminino, inclusive em crianças e adolescentes.
É conhecida como uma das doenças autoimunes, ou seja, do sistema imunológico – que é o responsável pela proteção e defesa do nosso corpo contra células anormais ou agentes infecciosos – que passa a não reconhecer as células do próprio corpo, ataca-as e leva a inflamação e possível lesão do local afetado.
Os pacientes podem apresentar sintomas como febre prolongada, cansaço/falta de energia, perda de peso, queda de cabelo, úlceras orais (aftas profundas), manchas na pele principalmente em regiões expostas ao sol, dor ou inchaço nas articulações e alterações na urina. Os sintomas e a gravidade da doença são variáveis em cada pessoa, assim como o seu tratamento, que deve ser individualizado.
Para fazer o diagnóstico o pediatra deverá levar em consideração o histórico do paciente, o exame físico e solicitará alguns exames laboratoriais. Não existe um único exame que faça o diagnóstico de lúpus ou que sirva como risco para ter a doença.
O pediatra especializado no cuidado do paciente com lúpus é o reumatologista pediatra.
Relator:
Melissa Mariti Fraga
Presidente do Departamento Científico de Reumatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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