Tuberculose: um problema de saúde pública na infância e adolescência

Tuberculose: um problema de saúde pública na infância e adolescência

Sinais como pneumonia recorrente (ou de repetição), febre de evolução arrastada (febre diária no fim da tarde), perda de peso ou dificuldade de ganho ponderal e até mesmo tosse crônica podem ser sintomas de tuberculose.

Mas gostaria de aproveitar a data celebrativa do Dia Mundial da Tuberculose (24/03) para chamar atenção de situações não usuais, onde podemos estar indevidamente expondo nossas crianças e adolescentes ao bacilo causador da tuberculose.

Geralmente a criança pequena contrai a tuberculose por conviver ou se relacionar de forma próxima com algum adulto portador da doença, o chamado adulto bacilífero, que ao tossir, falar e cantar espalha a bactéria no ar. Isso fica mais fácil de se identificar, pois esse adulto tem sintomas da doença, como tosse crônica, ou um quadro de “bronquite” arrastada que nunca se cura, por exemplo.

Na minha prática já vi situações mais inusitadas, que acredito que muitos pais desconheçam. A primeira que eu gostaria de chamar atenção é sobre o uso indevido de dispositivos como inaladores ou dispositivos inalatórios contaminados com o Mycobacterium e que podem contaminar outras pessoas ao serem usados de forma “emprestada”, sem a correta higiene e desinfecção do aparelho ou dispositivo.

Fica aqui a primeira dica: Num cenário ideal, cada indivíduo teria o seu próprio inalador, e seus responsáveis cuidariam da higienização e esterilização logo após o uso. Na prática, muitos são utilizados em grupos familiares, ou mesmo emprestados. Nesses casos, um processo adequado de esterilização ainda antes do primeiro uso seria o mais conveniente, podendo isso ser mais complicado do que adquirir o seu próprio inalador.

Outro alerta que gostaria de fazer já diz mais respeito aos adolescentes. Existe uma nova onda de “normalização” do uso de tabaco e substâncias psicoativas inalatórias. Com isso, existe também o compartilhamento destes dispositivos, que poderão também ser meio de transmissão de agentes infeciosos. Fica aqui o segundo alerta, que diz respeito ao compartilhamento de narguilé e dispositivos eletrônicos, como vappers e cigarros eletrônicos, como potencial fonte de contágio da tuberculose, dentre muitas outras doenças.

 

Saiba mais:

https://www.spsp.org.br/2022/04/04/tuberculose-na-infancia-e-adolescencia/#:~:text=Sinais%20e%20sintomas,por%20mais%20de%2015%20dias

https://www.spsp.org.br/2022/12/22/tuberculose-na-infancia/

 

Relatora:
Marina Buarque de Almeida
Presidente do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo