A tuberculose é uma doença endêmica no Brasil. É um grave problema de Saúde Pública ainda nos dias de hoje. Acredita-se que um terço da população mundial esteja infectada pelo Micobacterium tuberculosis (agente que causa a tuberculose). A cada ano, 9 milhões de pessoas desenvolvem a doença, sendo que cerca de 11% são crianças. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017 foram infectadas 7,5 milhões de crianças de até 14 anos, e destas, 1 milhão desenvolveram tuberculose em 2017. No continente americano, o Brasil é o país com o maior número de casos estimados, tendo quase três vezes mais casos que o Peru, país que tem a segunda maior prevalência de casos na América.
O Micobacterium tuberculosis espalha-se no ar quando uma pessoa com tuberculose pulmonar (geralmente adultos) tosse, fala ou canta e, então, é transmitido pelo ar. As pessoas próximas, principalmente dentro do próprio domicílio, escola, orfanato e creche podem inalar essas bactérias e se infectar.
A forma mais comum de tuberculose na infância é a pulmonar, causando sintomas como perda (ou não ganho) de peso, tosse, transpiração exagerada noturna, febre moderada e persistente, geralmente no final da tarde, por mais de 15 dias. Esses pacientes podem ter pneumonias recorrentes ou que não respondem ao tratamento com os antibióticos habituais para tratar pneumonia na infância.
É muito importante notificar o pediatra caso a criança tenha tido contato com alguém com tuberculose, pois é necessário fazer o seguimento e a vigilância dessa criança e avaliar a necessidade de realização de exames complementares.
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Relatora:
Marina Buarque de Almeida
Presidente do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo
