O programa Fantástico, da TV Globo, veiculou uma matéria informando que pesquisas recentes revelaram que um tipo de plástico muito usado em mamadeiras pode provocar doenças. De acordo com a matéria, as pesquisas mostram que, em determinadas condições, o plástico pode liberar uma substância prejudicial às crianças, o bisfenol A, também conhecido como BPA. Segundo a doutora em química pela Universidade de Columbia, Sarah Vogel, entrevistada para a matéria, existe relação entre o BPA e câncer. E quanto mais jovem, maior o grau de exposição. No final do artigo, o Fantástico informou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adota o limite é de 0,6 miligrama de bisfenol para cada quilo de plástico aqui no Brasil. Em nota enviada ao Fantástico, a Anvisa diz que acompanha a discussão internacional sobre o bisfenol, e que considera seguro para o ser humano o limite vigente no país para essa substância. Uma das dicas oferecidas por especialistas na matéria da TV Globo é: amamentar no peito é sempre melhor do que qualquer tipo de mamadeira.
Fonte: Fantástico, 16 de maio de 2012
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1593588-15605,00-CERTAS+MAMADEIRAS+DE+PLASTICO+PODEM+FAZER+MAL+A+SAUDE+DO+BEBE.html
Comentário:
Dra. Renata D. Waksman
Presidente do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da SPSP
Diretora de Relações Comunitárias da SPSP
O bisfenol A (BPA) é uma substância química utilizada na fabricação de plásticos, que torna o produto final mais flexível, transparente e resistente. Tal produto ainda é encontrado em mamadeiras, embalagens para alimentos, interior de latas, revestimento de recipientes de leite, tubulações plásticas e seladores dentais.
O aditivo, usado para dar maior resistência ao plástico policarbonato, ainda está presente em parte das mamadeiras à venda no Brasil. Na União Europeia, Canadá, China e Malásia já é proibido usar o produto em mamadeiras e copos infantis.
Esta substância parece ter uma ação similar a de um hormônio, o estrogênio, e suspeita-se que pode causar doenças como câncer de mama e de próstata, diabetes, obesidade, puberdade precoce, infertilidade, problemas cardíacos e alterações de comportamento (hiperatividade).
O desprendimento de moléculas de BPA é acelerado quando o plástico é exposto ao calor (ao receber líquidos quentes ou aquecido no micro-ondas), lavado com detergentes fortes ou é congelado.
É importante identificar o número presente em todas as embalagens plásticas, que geralmente está gravado no seu fundo. Os plásticos de número 3 ou 7 (ou as letras PC) são considerados os que trazem maior risco de liberar Bisfenol A.
Algumas medidas devem ser adotadas: se o aleitamento materno não for possível, comprar mamadeiras sem a substância bisfenol-A, dar preferência às mamadeiras de vidro, não aquecer mamadeiras de plástico no microondas ou em banho-maria (se precisar aquecer o líquido – leite, água ou chá – que seja num recipiente de vidro ou porcelana e depois passá-lo para a mamadeira), deixar o alimento o mínimo possível dentro do recipiente plástico e lavar em água corrente com sabão neutro após o uso.