Campanha Outubro Verde – combate à sífilis congênita
A sífilis congênita ainda é um grande problema. É uma doença causada pela passagem do Treponema pallidum da gestante infectada, não tratada ou inadequadamente tratada, para o feto, através da placenta. Portanto, o bebê só irá se infectar se a mãe estiver com sífilis durante a gestação e não se tratar adequadamente durante o pré-natal. Na maioria das vezes a gestante com sífilis não apresenta nenhum sintoma e só vai saber que tem se fizer um exame de sangue. A detecção da gestante com sífilis durante o pré-natal permite tratá-la adequadamente, evitando a passagem para o feto. Tratando a gestante prevenimos a sífilis congênita no bebê!
Existem vários fatores associados que aumentam o risco da gestante se infectar e desenvolver sífilis, entre eles: não fazer pré-natal ou fazê-lo de forma inadequada, quando a gestante é adolescente, quando utiliza drogas ilícitas, ou tem múltiplos parceiros sexuais e baixo nível socioeconômico e cultural.
A transmissão materno-fetal pode ocorrer em qualquer fase da gestação ou estágio clínico da doença materna sendo que, aprobabilidade de sua ocorrência vai variar, principalmente, com o tempo de exposição do feto e doestágio clínico da doença materna.Assim, quanto mais recente a infecção materna não tratada, tanto maior o risco, variando as taxas de 60% a 100% na sífilis primária ou secundária, reduzindo para cerca de 30%, nas fases de latência (precoce ou tardia).
A gestante deve saber como prevenir a sífilis congênita e tornar-se parceira dos profissionais de saúde, com o objetivo de evitar ou minimizar o risco do seu bebê adquirir a doença. As ações de responsabilidade da gestante são apresentadas no quadro abaixo.
É importante reforçar que a única forma de reduzir o risco de passar a sífilis para o bebê é iniciar o tratamento da mãe o mais cedo possível, assim que confirmado pelo exame de sangue. A grávida deve fazer todas as consultas de pré-natal, nas quais serão feitos esses exames de sangue para sífilis e outros com o objetivo de identificar possíveis infecções maternas que, se não tratadas durante a gestação, podem afetar o bebê. O pré-natal iniciado precocemente e de qualidade previne não só a sífilis congênita como vários outros problemas da mãe ou do feto, sem dúvida melhorando a vida da mãe e do seu bebê.
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Relator:
Dra. Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck
Departamento Científico de Neonatologia e Grupo de Trabalho da Sífilis Congênita da Sociedade de Pediatria de São Paulo