SBC divulga novas normas para ressuscitação de emergência

As Novas Diretrizes Mundiais das Emergências de Ressuscitação após Parada Cardíaca, publicadas neste 18 de outubro pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), consiste na atualização do conhecimento médico sobre como evitar a morte de uma vítima de infarto com a ajuda da massagem cardíaca e do uso de desfibriladores.

 A SBC recomenda que:

1) diante de uma pessoa inconsciente e que não respira, o leigo deve pedir a alguém para discar o 192
2) enquanto espera o atendimento especializado, o leigo deve iniciar imediatamente a compressão do peito do paciente, ou seja, a massagem cardíaca
3) a compressão deve ser intensa e profunda: a cada uma, o peito do paciente deve ser comprimido por pelo menos 5 centímetros (ou, no caso de crianças, 4 centímetros) e devem ser feitas 100 compressões por minuto. A American Heart Association demonstra, através de um vídeo, que o ritmo dessas compressões deve ser parecido com o da música Stayin’ Alive, do grupo Bee Gees.

A Sociedade alerta, ainda, para o fato de que a massagem cardíaca recomendada pelas novas normas é muito mais intensa e que a frequência das compressões aumentou. E mais: não é preciso que o leigo faça a respiração boca a boca, mas sim que realize as compressões corretamente e peça que alguém traga rapidamente um desfibrilador automático, atualmente disponível (obrigatoriamente) em locais de grande aglomeração de pessoas (shoppings, estádios, aeroportos).

Para Jorge Ilha Guimarães, presidente da SBC, as novas diretrizes são da maior importância especialmente para o Brasil, quando mais de 300 mil pessoas morrem, por ano, em consequência de doenças cardiovasculares. É possível que metade dessas mortes possam ser evitadas se o público leigo estiver preparado para fazer a compressão e usar o desfibrilador, afirmou Guimarães. Dados comprovam que a cada minuto de parada cardíaca, o paciente perde 10% da chance de sobreviver.

Diretrizes especializadas

Para os médicos, as novas normas estão resumidas sob a  sigla CAB (Compression, Airway e Breath), no Novo Guia CPR (cardiopulmonary resuscitation) da American Heart Association.

Numa primeira etapa, as diretrizes recomendam aos profissionais que iniciem a compressão e garantam a abertura das vias respiratórias para facilitar a passagem de oxigênio. Na etapa seguinte, a recomendação é que os profissionais providenciem o resfriamento do organismo para 32 a 34ºC, em até 24 horas, e realizem o cateterismo de urgência.

A redação das novas diretrizes contou com a participação do cardiologista brasileiro Sérgio Timerman, junto com mais de 350 especialistas de 29 países.

Guidelines CPR – ECC 2010 (AHA)

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia

Texto divulgado em 19/10/2010 no site do Conselho Regional de Medicina/ SP (CREMESP) – Clique para ver a matéria  no site do CREMEP