Conhecido como o período de transição entre a infância e a adolescência, a puberdade marca as mudanças físicas e biológicas no corpo dos meninos e das meninas. Em geral, essa fase demora de dois a quatro anos e ocorre entre os 10 e os 13 para as garotas e entre os 12 e os 14 para os garotos. É nesse estágio que o crescimento se acelera e tem início a produção dos hormônios sexuais, estrógeno para o sexo feminino e testosterona para o masculino.
Entre as várias mudanças, é nesse período que os pelos aparecem pelo corpo, a pele fica passível de acnes e espinhas e o organismo se torna apto para procriar. Nas meninas, os seios crescem e chega a menstruação. Nos meninos, além dos primeiros fios de barba a voz engrossa, desponta o pomo de adão e eles passam a ejacular. Mas algumas crianças apresentam a puberdade precoce, ou seja, esses sinais se revelam em garotas de 8 anos e em garotos de 9. “Com isso, surgem as mamas, os pelos pubianos, o crescimento testicular ou peniano antes do tempo,”, explica a endocrinologista Louise Cominato, do Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Com a puberdade precoce e o desenvolvimento das características sexuais antecipadamente, há um reflexo no corpo da criança. “A velocidade de crescimento aumenta e ocorrem mudanças na composição corporal, com aumento da musculatura e distribuição de gordura diferenciada”, atesta a especialista. Em contrapartida, ressalta a médica, existe consequência na altura final dessas crianças. “A perda de altura final é uma das principais complicações, pois, com a puberdade precoce, ocorre um avanço na idade óssea e fechamento da placa de crescimento, portanto a criança terá menos tempo para crescer e ficará com altura menor do que a esperada”, afirma.
Além das mudanças físicas, existem também alterações psicossociais. “Como são jovens demais, as meninas e os meninos não têm maturidade
para as mudanças no corpo, além da disparidade com os colegas da mesma idade”, confirma a Dra. Louise.
A puberdade precoce pode acontecer por vários fatores, como alterações no sistema nervoso central, problemas nas glândulas adrenais e tumores nos ovários ou nos testículos, e pode até ser genético. “As causas devem ser investigadas por um endocrinologista pediátrico, médico que também recomendará o tratamento adequado”, indica a pediatra.
Inicialmente, o endocrinologista pediátrico fará uma consulta para conhecer a história do paciente e um exame físico, além de pedir alguns exames laboratoriais e de imagem, que irão auxiliá-lo no diagnostico da causa dessa precocidade. “O tratamento deve ser iniciado rapidamente. O acompanhamento deve ser feito a cada três ou quatro meses até o final do tratamento”, explica Dra. Louise.
Apesar de atingir mais as meninas, as decorrências são semelhantes. “O que difere é que o menino tem mais chance de que essa puberdade aconteça em consequência de uma doença mais grave, como um tumor de sistema nervoso central”, conclui a médica.
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Texto produzido pela assessoria de imprensa da SPSP.
Publicado em 14/11/2017.
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