A Psoríase é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pelo aparecimento de lesões róseas ou avermelhadas, com presença de descamação da pele com tonalidade esbranquiçada. É uma doença de causas não completamente esclarecidas e que atinge, principalmente, a população adulta (maior de 18 anos de idade), mas cerca de 20% a 30% dos casos podem se iniciar ainda na faixa etária pediátrica. A Psoríase que se inicia na infância tem um forte componente familiar, sendo que em um número elevado de casos um ou os dois pais apresentam a doença.
A apresentação mais comum nos pacientes pediátricos de baixa idade é representada pelo aparecimento de placas eritematosas (avermelhadas) bem delimitadas, envolvendo genitais, nádegas e região periumbilical (à volta do umbigo). Com o crescimento da criança as lesões tendem a se concentrar no tronco e membros, superiores e inferiores, enquanto que nos adultos a área predominante das lesões se localiza nas faces extensoras dos braços e pernas (cotovelos e joelhos). A doença tem caráter crônico e costuma cursar com períodos de melhoras (às vezes por períodos prolongados), seguidos por episódios de recorrência.
O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado na análise cuidadosa das áreas eritematosas e a presença das escamas espessas e brancas. Quando o couro cabeludo está comprometido, o aspecto das escamas é semelhante ao da caspa. Havendo dúvidas quanto ao diagnóstico, o que é raro para um profissional com experiência, pode-se recorrer ao auxílio de uma biópsia.
O tratamento, muitas vezes frustrante e com tempo elevado entre o início e a melhora pretendida, é feito principalmente com cremes e pomadas à base de corticoides.
Em crianças, sempre a preferência é por aqueles de baixa potência, guardando os de média e alta para casos não respondentes e usados apenas em áreas mais espessas, como cotovelo e joelhos. Cremes e pomadas contendo derivados da vitamina D também são utilizados e, por vezes, são úteis para alternar as aplicações com os corticoides.
Fototerapia é um recurso que pode ser utilizado para os casos mais resistentes. Ainda como parte do tratamento, é essencial que as áreas comprometidas sejam frequentemente hidratadas com cremes e loções emolientes. Entre esses, a ureia, em concentrações de 3% a 20%, é extremamente útil. Uma exposição solar, controlada e em horários adequados também é um fator de melhora.
Por último, é importante lembrar que o aspecto das lesões é inestético, o que pode gerar constrangime
to social, o que não se justifica, pois a Psoríase não é uma doença contagiosa.
Relator:
Antônio Carlos Madeira de Arruda
Vice-Presidente do Departamento Cientifico de Dermatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo