Professor(a) é preciso!

Professor(a) é preciso!

Ao evocar Fernando Pessoa, parafraseando-o, queremos saudar o dia 5 de outubro – Dia Mundial do Professor.

“Mestre não é aquele que sempre ensina, mas quem de repente aprende”. Esta frase de Guimarães Rosa diz de maneira rebuscada uma coisa singela: para ensinar, você tem que ser aprendiz.

Num dos livros da humanidade lê-se: “Quando eu era filho de meu pai, filho único, amado por minha mãe, meu pai me ensinava…” (Provérbios 4,3-4). É o rei Salomão falando sobre o rei Davi, seu pai.

Desde muito cedo aprendemos com alguém e, igualmente, repartimos conhecimento com mais alguém. Somos todos mestres e alunos. Uma geração mostra conhecimento para a seguinte. Assim, o mundo se transforma e se renova. Há, entretanto, alguns que exercem uma vocação – a de ensinar; às vezes, como profissão, noutras, simplesmente pelo prazer de compartilhar o que descobriram sobre a vida. Há professores que ensinam pelo que explicam e demonstram, significa dizer que ensinam pelo que falam e pelo que vivem. São mestres. Cativam pela sabedoria, pelo senso de inteireza. 

Os professores que impactam alunos e deixam marcas em suas vidas são aqueles que sabem ouvir; não se incomodam, nem se intimidam com perguntas; sabem dizer – “isto eu não sei, vou pesquisar”; não param de estudar; têm curiosidade e não a deixam esmaecer diante das agruras da existência; sabem estimular as capacidades dos estudantes; vêm suas potencialidades; sabem contextualizar o conhecimento, tornando-o prático; valorizam as descobertas de seus alunos.

O historiador britânico Beda, do século VII, disse algo muito interessante, que resume o processo ensino-aprendizagem, a relação professor-aluno, que nos fez chegar onde estamos e que nos impulsionará para o amanhã: “Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe; não praticar o que se ensina; e não perguntar o que se ignora”.  

Àqueles que nos acolheram em suas salas de aula, desde pequenos: nos ajudaram a desvendar os enigmas da matemática e da gramática; contaram histórias sobre o mundo e o universo; revelaram alguns mistérios sobre a vida; ensinaram os princípios do convívio ético em sociedade – nossa gratidão, pois ajudaram a forjar o homem, a mulher, o cidadão, a cidadã, o(a) profissional.

Feliz a nação que os tem em quantidade e sabe dignificá-los.

Salve o Dia do Professor.  Finalizo com uma homenagem musical de Tânia Maya*:

“Quem com pó de giz / Um lápis e apagador / Deu o verbo a Vinicius /
Machado de Assis, Drummond?

Quem ensinou piano ao Tom? / Quem pôs um lápis de cor / Nos dedos de Portinari
Picasso e Van Gogh? / Quem foi que deu asas a Santos Dumont?

Crianças têm tantos dons / Só que, às vezes, não sabem / Quantos só se descobrem
Porque o mestre enxergou / E incentivou

É, só se faz um país com professor / Um romance, um croqui, com professor /
Um poema de amor, dim / Um país pra ensinar seus jovens
É, só se faz um país com professor / Um romance, um croqui, com professor
Um poema de amor, dim”.

*O Professor. Compositor: Celso Viáfora. Disponível em: https://www.letras.mus.br/tania-maya/709537/

Relator:
Fernando MF Oliveira
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da SPSP

 

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