Especialistas comentam o lançamento do Agosto Dourado, uma campanha em prol da amamentação.
Por Dra. Isis Dulce Pezzuol e Dr. Moises Chencinski
Desde 1992, o planeta celebra a Semana Mundial de Aleitamento Materno entre os dias 1 e 7 de agosto. A cada ano, um tema ou ângulo sobre essa questão é ressaltado para que sempre possamos nos recordar e aprender como o leite materno e a amamentação fazem a diferença na promoção à saúde da criança, no vínculo familiar, na educação e até no âmbito empresarial e financeiro, como demonstram os estudos recentemente apresentados pelo professor Cesar Victora, da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul.
Todos esses temas sempre exerceram um apelo global. Divulgamos o trabalho dos Hospitais Amigos da Criança, a importância e a responsabilidade de todos (governo, sociedade, empresa, profissionais de saúde e mídia) no estímulo ao processo de amamentação e inclusive os direitos das mulheres em seus empregos.
Não deixamos de ressaltar também a relevância do impacto familiar, das normas que regulamentam a publicidade e protegem o aleitamento, das leis trabalhistas e dos direitos das crianças de receber uma alimentação padrão-ouro e educação de qualidade. Pudemos abordar até assuntos tão diversos como ecologia, paz mundial, situações de emergência, tecnologia, informática… Enfim, o presente, o passado e o futuro — e suas conexões com a amamentação.
Em 2017, na vigésima quinta Semana Mundial do Aleitamento Materno, nos propusemos a levar dois temas que resumem muito do que foi feito até agora e o que se pretende realizar daqui para a frente:
- Ninguém pode fazer por você. Todos podem fazer juntos com você.
- Proteger a amamentação: construindo alianças sem conflitos de interesse.
Mas tem mais: em um momento histórico, por meio da Lei Nº 13.435, de 12 de abril de 2017, foi instituído que agosto será também o Mês do Aleitamento Materno. Eis o AGOSTO DOURADO.
Será que um mês seria suficiente para divulgar toda a importância do aleitamento materno? Seria melhor se tivéssemos o ANO DOURADO ou a DÉCADA DOURADA, não?
Amamentar é natural, mas não é algo fácil. Exige dedicação e parcerias. Saiba, porém, que não existe alimento melhor para o bebê.
O leite humano é o único alimento capaz de oferecer todos os nutrientes na quantidade exata de que a criança precisa. Ele garante o melhor crescimento e desenvolvimento, não existindo nenhum outro alimento capaz de substituí-lo.
Trata-se de um alimento vivo, econômico, que está sempre pronto e vem sem contaminação. Ele muda de composição, sabor e volume durante todo o período de amamentação — inclusive do começo para o final da mamada e da manhã para a noite — e traz proteção contra doenças alérgicas e infecciosas.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde, do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria é a seguinte: aleitamento materno desde a sala de parto, exclusivo e em livre-demanda até o 6º mês, estendido até 2 anos ou mais.
Temos a convicção de que, com o apoio de todos, com as parcerias éticas estabelecidas com as famílias, a sociedade, os órgão governamentais, as empresas, a imprensa e os profissionais de saúde, teremos condições de oferecer às crianças de hoje a meta de ser a geração dos 100 anos. Uma geração cidadã, íntegra e saudável.
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Texto produzido por Dra. Isis Dulce Pezzuol e Dr. Moises Chencinski para o site SAÚDE.
Link original: http://saude.abril.com.br/blog/experts-na-infancia/por-que-agosto-virou-o-mes-do-aleitamento-materno/
Dra. Isis Dulce Pezzuol é pediatra e membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Dr. Moises Chencinski é pediatra e presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Publicado em 04/08/2017.
photo credit: seeseehundhund | Pixabay.com
Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.
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