Texto divulgado em 11/11/2013
Um dos destaques da Revista Paulista de Pediatria de setembro de 2013 é o artigo de autoria de Eduardo Araujo Oliveira e colaboradores, que avaliou o perfil e a produção científica de pesquisadores de Pediatria cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Conforme explicam os autores, o Brasil é um dos poucos países de renda intermediária que possui um consistente programa estatal de financiamento da produção de conhecimento. Com o aumento expressivo na produção científica brasileira e na formação de pesquisadores ocorrido nos últimos anos, assume importância o incentivo criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) denominado bolsa de produtividade em pesquisa (PQ), oferecida aos pesquisadores de destacada produção científica. Vários estudos têm analisado a produção acadêmica dos pesquisadores do CNPq em diversas áreas do conhecimento, inclusive nas diversas áreas de atuação de Medicina, mas análises sistemáticas dos pesquisadores na área de Pediatria são ainda escassas. Nesse contexto, o presente estudo, realizado na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte (MG), buscou descrever as características demográficas e a produção acadêmica dos pesquisadores bolsistas em Medicina do CNPq, cuja principal área de atuação seja a Pediatria.
Foram analisados os currículos Lattes de 34 pesquisadores de Pediatria com bolsas ativas no triênio 2006 a 2008, de um total de 411 pesquisadores de Medicina. As variáveis de interesse foram: sexo, instituição, tempo de doutoramento, orientação de alunos de graduação, mestres e doutores, artigos publicados e impacto da publicação. Os resultados mostraram uma predominância do gênero masculino (77%) e destaque para três Estados da Federação, responsáveis por aproximadamente 90% dos pesquisadores: São Paulo (53%), Minas Gerais (21%) e Rio Grande do Sul (15%). No total da carreira acadêmica, os pesquisadores em Pediatria publicaram 3.122 artigos – uma média de 89 artigos por pesquisador. Desse total, 40% e 59% foram artigos indexados nas bases de dados Web of Science e Scopus, respectivamente. Como conclusão, o estudo observou que os pesquisadores na área de Pediatria apresentam uma produção científica relevante do ponto de vista quantitativo, mas há necessidade de aprimoramento qualitativo das publicações.
“Nosso estudo procurou mostrar o panorama da pesquisa envolvendo crianças e adolescentes compilando os trabalhos dos principais pesquisadores nessa área no Brasil e merece destaque por ser a primeira descrição compilada dos estudos dos pesquisadores brasileiros na área de Pediatria”, afirmou Eduardo Araujo Oliveira, professor Titular do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Minas Gerais. De acordo com Oliveira, o conhecimento do panorama da pesquisa em Pediatria em nosso País pode contribuir para uma melhor alocação de incentivos à pesquisa por parte das agências de fomento regionais ou nacionais, como CNPq, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), entre outras.
Autor correspondente: Eduardo A. OliveiraE-mail : [email protected]
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais
Veja a Revista Paulista de Pediatria de setembro de 2013