Embora a deficiência auditiva tenha uma forte relação com a idade, especialistas estão preocupados com a perda de audição entre os jovens. É isso o que diz matéria publicada pelo jornal O Globo. De acordo com o artigo, a poluição sonora, gerada especialmente por equipamentos de som, está entre um dos principais vilões, principalmente os fones de ouvidos, largamente utilizados pelos jovens. Um problema ressaltado pelo especialista entrevistado para a matéria é que a deficiência auditiva, nestes casos demora a se manifestar (entre dois a cinco anos). Porém, uma vez que acontece a perda auditiva, a velocidade aumenta e é irreversível.
O Globo, 27 de setembro de 2013
http://oglobo.globo.com/saude/perda-auditiva-entre-jovens-cada-vez-maior-por-conta-dos-fones-10175161
Comentários:
Dra Renata C. Di Francesco
Departamento Científico de Otorrinolaringologia da SPSP
Atualmente, as crianças e jovens ficam expostos cada vez mais cedo a sons altos. O ouvido humano é um sistema muito sofisticado. Ele é capaz de transformar a energia sonora (mecânica) em impulsos elétricos que serão interpretados pelo cérebro. Dentro do ouvido há células, que são neurônios altamente especializados e por isso não se regeneram mais. A exposição a sons altos, não apenas ruídos, mas também sons agradáveis, faz com que estas células sofram um estresse e, portanto, acabem morrendo.
A exposição diária permitida por 8 horas é de 80 dB. Entretanto, trata-se de uma escala exponencial, sendo que para 90 dB a exposição permitida é de 4 horas e para sons muito altos – de 120 dB – como sons de festas ou mesmo fones (quando o som é escutado também pela pessoa ao lado), é de apenas 15 minutos. Tempos maiores de exposição já podem causar lesões no ouvido, muitas vezes irreversíveis.
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Publicado em 17/01/2014.
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