Na noite do dia 18 de agosto, pediatras de São Paulo se reuniram na sede da Sociedade de Pediatria de São Paulo para detalhar a participação da especialidade no movimento médico estadual.
Participaram do encontro Jorge Machado Curi, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), Renato Azevedo, presidente do Cremesp, Cid Célio Carvalhaes, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e do Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), além de Clóvis Francisco Constantino, presidente da SPSP e membros da diretoria da entidade.
O presidente da SPSP fez uma apresentação mostrando os resultados da enquete realizada pela SPSP, por meio de seu site na internet, entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, e também os resultados da pesquisa feita entre os candidatos ao Título de Especialista em Pediatria que prestaram os exames em maio último. Além disso, Clóvis Constantino explicou aos presentes os rumos do movimento médico, que reivindica: consulta a R$ 80,00 e procedimentos atualizados de acordo com a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), inserção do índice de reajuste anual nos contratos entre médicos e empresas e fim das interferências sobre a autonomia do médico.
A Pediatria, especificamente, tem as seguintes reivindicações:
- Pagamento das consultas e procedimentos hospitalares, usando como referência a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM – 5ª Edição – 2011);
- Criação do Atendimento Ambulatorial de Puericultura (AAP) para o acompanhamento da criança e do adolescente;
- Adoção do Tratamento Clínico Ambulatorial em Pediatria (TCAP)
Fim das Glosas definidas como “consulta de retorno”. - Remuneração de consulta feita pelo pediatra com a gestante no último trimestre do pré-natal.
Na assembleia, os pediatras decidiram aderir à paralisação do atendimento aos planos de saúde, concordando formalmente com o movimento médico estadual programado para o mês de setembro. Sendo assim, a Pediatria suspende o atendimento às operadoras que não entraram em negociação nos dias 14, 15 e 16 de setembro, ressalvados os atendimentos de urgência e emergência, relação de transparência com os pacientes e os destaques contidos na portaria da SDE.
De acordo com a Comissão Estadual de Mobilização Médica para a Saúde Suplementar, as 12 empresas cujo atendimento eletivo será suspenso a partir de 1º de setembro, em rodízio de especialidades, são: Ameplan, Assefaz, Cetesb, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Green Line, Intermédica, Mediservice, Notredame, Porto Seguro, Prosaude, Vale e Volkswagen. No entanto, as negociações continuam. Portanto, até o início de setembro pode haver mudanças na relação de empresas a sofrer paralisações.
“Dentro do movimento nacional que as entidades estão fazendo para resgatar o trabalho do médico na saúde suplementar, o Estado de São Paulo decidiu que a paralisação seria realizada por especialidades, contando com o apoio e a força das sociedades de especialidade”, comentou Renato Azevedo, presidente do Cremesp. “Dentro das especialidades” – ele continua – “uma das mais importantes talvez seja a Pediatria, que é grande e forte, mas tem sofrido muito com a falta de reajustes dos honorários. O pediatra tem um trabalho diferenciado, que exige mais tempo e mais dedicação, além da questão do retorno não remunerado pelos planos de saúde, o que é um absurdo. Então é muito importante a participação da Pediatria, o que foi decidido hoje na assembleia, para que tenhamos condições de forçar as empresas a uma negociação com as entidades médicas”.
“A convicção que nós temos é que as sociedades de especialidades são o grande sustentáculo do movimento médico, em especial a Pediatria, que é seguramente uma das especialidades hoje que sofre mais em termos da exploração dos planos de saúde”, disse Cid Célio Carvalhaes, presidente da Fenam e do Simesp. “A decisão aqui tomada fortalece muito o movimento médico como um todo”, finalizou.
Para Jorge Machado Curi, presidente da APM, foi um alívio que a Pediatria tenha formalizado sua adesão ao movimento médico. “A Pediatria tem uma importância capital, pois é muito representativa em termos do que temos afirmado. O pediatra é o médico clínico da criança e isso tem um simbolismo muito forte. Sem demagogia, o pediatra é aquele que gasta mais tempo com o paciente e sua família, é um exemplo de dedicação”, afirmou Curi. De acordo com o presidente da APM, movimentar a Pediatria de São Paulo tem um valor incomensurável para o movimento médico. “É uma especialidade que tem uma representatividade muito grande para esse movimento que não tem mais a menor possibilidade de parar. Apenas vai crescer e tomar uma dinâmica diferenciada em muitas situações, já que a população é diferente, as especialidades são diferentes, as empresas são diferentes. Não podemos querer nivelar todos da mesma forma”, concluiu Curi.
Para Clóvis Francisco Constantino, presidente da SPSP, formalizar a adesão ao movimento, entre os pediatras, era essencial. “É uma ação para a recuperação das condições de trabalho e remuneração do médico em relação aos planos de saúde, portanto a participação formal da Pediatria só fortalece o movimento”, declarou.
Informações também no site do Cremesp: http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Noticias&id=2218.
Assessoria de Imprensa SPSP
Clóvis Francisco Constantino, presidente da SPSP, faz sua apresentação na assembleia de pediatras.
Assessoria de Imprensa SPSP
Pediatras discutem com os membros da mesa a situação do movimento médico.
Assessoria de Imprensa SPSP
Da esquerda para a direita: Jorge Machado Curi, presidente da Associação Paulista de Medicina; Renato Azevedo, presidente do Cremesp; Clóvis Francisco Constantino, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo; e Cid Célio Carvalhaes, presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo.