Sociedade de Pediatria de São Paulo
Texto divulgado em 30/09/2020
“Se previamente diagnosticada e adequadamente tratada, a sífilis congênita não leva a qualquer alteração ou disfunção. Mas, se ignorada, pode levar a sequelas irreversíveis no bebê e até causar a morte. Por isso, é fundamental que se discuta essa moléstia tão antiga, mas que, nos dias atuais, continua tão presente.”
Claudio Barsanti, coordenador das Campanhas da SPSP
A campanha Outubro Verde: combate à sífilis congênita foi lançada em 2016 com o objetivo de discutir a situação da doença no Estado de São Paulo (e no Brasil) que, devido ao aumento progressivo das taxas de transmissão vertical, representa um enorme desafio aos pediatras.
Devido à alta prevalência da doença, o Ministério da Saúde (MS) lançou, em 1993, um projeto de eliminação da sífilis congênita em consonância com a proposta formulada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS), que definia como meta a redução na incidência da doença a valores menores ou iguais a um caso por mil nascidos vivos (NV). No entanto, a despeito dessa iniciativa e apesar dos vários esforços conjuntos de obstetras, pediatras e equipes de enfermagem, que atuam na atenção primária, secundária e terciária, observou-se um recrudescimento da sífilis e, além de não se conseguir erradicar a doença, houve também um aumento no número de casos.
Esse aumento na incidência de uma doença que é facilmente prevenível e tratada, desde que seja feito o diagnóstico, é realmente preocupante. A SPSP quer fazer esse alerta à população e chamar a atenção para a importância do acompanhamento adequado do pré-natal pela gestante e, assim, realizar o diagnóstico e o tratamento da sífilis o mais cedo possível.
A campanha é coordenada pelo Grupo de Trabalho Prevenção e Tratamento da Sífilis Congênita da SPSP em conjunto com a Coordenação Estadual de DST/Aids de São Paulo e Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (Sogesp).
“A legislação, tecnologia e insumos para a redução da transmissão vertical da sífilis já existem e são disponibilizados pelos governos Federal, Estadual e Municipal, desencadeando ações dos órgãos públicos na estruturação de uma rede integral de prevenção da transmissão vertical da doença. Porém, os dados epidemiológicos continuam detectando elevação da incidência de SC no Brasil, com diferenças regionais. Isso reforça a importância da campanha Outubro Verde para mobilizarmos os profissionais da saúde e a população no combate a esse grande problema de saúde pública.”
Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck, coordenadora do GT Prevenção e Tratamento da Sífilis Congênita da SPSP
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