O Dia Nacional do Controle da Asma é celebrado anualmente no dia 21 de junho. O controle da asma na infância e adolescência deve focar inúmeros aspectos. A Ciência caminha para a era da Medicina personalizada, é fato, mas ainda temos que dedicar momentos preciosos da consulta do paciente com asma em educação em asma. No caso da pediatria, assim que o paciente tiver condições, ele deverá participar ativamente nesse processo junto com seus responsáveis.
Para um bom controle da asma, a GINA 2024 (Global Initiative for Asthma) reforça tópicos importantes, que farão com que o pediatra converse com vocês sobre vários aspectos, como:
Avaliar o controle dos sintomas da asma a longo prazo, que inclui:
- Ter muito pouco ou nada de sintomas da asma
- Não ter sintomas da asma que interfiram no sono
- Conseguir executar suas atividades físicas sem nenhuma limitação pela asma
Focar em minimizar os riscos da asma a longo prazo, que inclui:
- Ficar sem exacerbações (sem crises)
- Manter a função pulmonar do paciente no seu melhor possível (geralmente é feito nos paciente acima de 6 anos)
- Não precisar de corticosteroides sistêmicos de manutenção para controle da asma
- Ficar sem efeitos colaterais dos medicamentos de uso contínuo
Outros tópicos importantes que o pediatra irá abordar durante a consulta:
Conversar, questionar e alinhar com o paciente e seus responsáveis sobre suas expectativas a respeito do tratamento da asma.
Reforçar que manter somente o controle da asma não é suficiente! Ele irá questionar e investigar sobre os fatores de risco para desfechos desfavoráveis; assim poderá identificar se o paciente em questão é de maior risco ou não.
Como o controle de sintomas pode ser discordante do risco de desfechos desfavoráveis, o pediatra poderá orientar que se trata de um caso potencialmente mais grave, o que pode reforçar a necessidade de manutenção do tratamento mesmo diante de um cenário em que a família e o paciente acreditem que este está muito bem controlado e não corre mais riscos.
Essa parceria entre pediatra, paciente e seus responsáveis é muito importante, pois a asma não é uma doença estática e todos esses ajustes precisam ser feitos ao longo do tempo e das consultas de seguimento.
Não deixe de fazer o acompanhamento correto, com consultas programadas para um correto seguimento do paciente com asma.
Relatora:
Marina Buarque de Almeida
Presidente do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo