Deficiência de hormônio de crescimento (GH) e síndrome de Turner são as indicações ditas clássicas para o uso de hormônio de crescimento.
A literatura mostra resultados bastante consistentes para a utilização em portadores de retardo de crescimento intra-uterino ou pequeno para idade gestacional em estatura. Trata-se de crianças que apresentam comprimento ao nascer menor que 46 cm, desde que nascidos a termo.
Várias são as causas de retardo de crescimento intra-uterino, doenças maternas, alterações placentárias, gemelaridade e doenças genéticas do feto. Dentre as doenças genéticas, síndrome de Turner em meninas, principalmente naquelas com edema em período neonatal. Outras síndromes, como Silver Russel e Seckel, não apresentam alteração cariotípica.
Cerca de 20% destas crianças nascidas pequenas, recuperam o canal familiar de crescimento até os 2 anos de idade. Naqueles em que não ocorre a recuperação, está indicada a utilização de GH até o final do crescimento. A resposta é dose dependente, melhor em não sindrômicos e mais efetiva quando iniciada mais precocemente. Desta forma, o diagnóstico precoce pelo pediatra é fundamental.
Outras indicações como displasias ósseas e raquitismo hipofosfatêmico não apresentam resultados consistentes.
Não há a menor justificativa científica para a utilização em atletas.
O uso de GH em síndrome de Noonam e Prader Willi tem mostrado ser uma boa opção terapêutica para casos selecionados.
Autor: Raphael del Roio Liberatore Junior
Vice-presidente do Departamento de Endocrinologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo – gestão 2007-2009 ; Doutor em pediatria, Coordenador de Ensino do Departamento de Pediatria e Cirurgia Pediátrica da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; Responsável pelo Serviço de Endocrinologia Pediátrica da FAMERP, São José do Rio Preto, SP.
Texto recebido em 17/07/2008.