Muita tela, pouco sono!

Muita tela, pouco sono!

Sociedade de Pediatria de São Paulo
Texto divulgado em 08/11/2021


Os avanços tecnológicos nas últimas décadas impulsionaram o consumo de telas entre os jovens para o ponto mais alto da história. As estatísticas sobre o uso desse tipo de tecnologia entre crianças e adolescentes é alarmante e a maior parte deles tem este hábito na hora de dormir.

Não restam dúvidas de que um sono adequado seja um ingrediente essencial para uma boa qualidade de vida. Os impactos negativos da privação de sono em crianças e adolescentes também são bem documentados, tais como prejuízo no desenvolvimento, na consolidação da memória, na atenção, no comportamento, além de reflexo direto na saúde dessas crianças.

A medida que o consumo de tecnologia pelos jovens aumentou, cada vez mais tem sido feitas pesquisas explorando o efeito do uso das telas nos hábitos e eficiência do sono, e de fato o impacto é grande. O que observamos é que a quantidade de tecnologia usada na hora antes de dormir é significativamente relacionada à dificuldade em adormecer e à frequência de relatos de sono “não reparador”, sugerindo que a estimulação causada por estes dispositivos certamente interfere no sono.

Isso se explica em parte pelo fato de, além da excitação psicológica, a luz brilhante emitida pelas telas interferir na produção e liberação da melatonina, um hormônio que, dentre diversas outras funções, é importantíssimo para a regulação do nosso ciclo sono-vigília.

Relatora
Renata Prado Gobetti
Departamento Científico de Medicina do Sono na Criança e no Adolescente da Sociedade de Pediatria de São Paulo


Foto: jekatarinka | depositphotos.com