Saber sobre o desenvolvimento fisiológico de um bebê não substitui conhecer as peculiaridades de cada um. É importante observar como responde aos estímulos e criar uma rotina saudável, mas que respeite suas preferências. Cuidado para não achar que seu filho prefere dormir no colo, ser chacoalhado, dormir de luz acesa ou com música. Em geral, esses vícios são construídos pelos próprios pais quando estão aflitos para que a criança durma logo.
Os bebês assimilam rapidamente a maneira como são cuidados. Se forem ninados no colo até dormir, adotarão esse padrão como recurso único para adormecer. No começo, os pais acham gostoso, mas logo ficarão exaustos com a dependência e o bebê não desenvolve a autonomia. É importante que os pais não se desesperem apresentando muitos estímulos na tentativa de acalmá-lo ou fazê-lo adormecer rapidamente, mas criem um ritual que aos poucos o ensine a dormir sozinho.
Observe e conheça seu bebê, evitando um descompasso entre as necessidades dele e suas expectativas
Noites traumáticas, em geral, revelam o descompasso entre as necessidades do bebê e as expectativas dos pais. É a observação atenta de si mesmos e do bebê que ajuda a discriminar esses sinais. Assim como perceber quando estão doentes, assustados, agitados ou com outros desconfortos físicos.
A expectativa de acertar pode gerar insegurança nos pais e faz com que não acreditem em sua própria observação, supervalorizando a opinião do pediatra ou dos conselhos que buscam entre amigos ou na internet. Comparar seu filho com outras crianças só cria tensão. Ninguém melhor do que os pais para saber o que o filho quer, pois estão com ele o tempo todo. Mas precisam manter a calma e aprender a lidar com incertezas e momentos de desespero do bebê. Não é fácil. O choro do bebê pode gerar muito desconforto ao nos recordarmos das marcas da experiência de desamparo do bebê que todos nós fomos. São registros inconscientes de uma época remotíssima de vida que, embora não nos lembremos, pode ser evocada no contato próximo com uma criança.
Nem sempre dá para saber o que está acontecendo com o bebê. É um engano querer aplacar os desconfortos e a insônia com medicamentos. Uma noite sem dormir pode ser incômoda, mas nem sempre é preocupante.
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Relatores:
Dra. Denise Feliciano
Dr. Eduardo Goldenstein
Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Publicado em 19/06/2019.
Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.
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