Momento Saúde: sono do bebê – colocando limites

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Estabelecer um horário de dormir e seguir um ritual permite que a criança se prepare internamente para adormecer. Colocar pijama, escovar os dentes, contar uma história ou uma conversa de final do dia significa uma gradativa despedida do estado mental ativo. A criança se organiza e isso a conforta da sensação de caos que a falta de rotina e limite pode causar.

É preciso que ela sinta que dormir é prazeroso e que a brincadeira pode ser retomada no dia seguinte. É sempre difícil abandonar uma brincadeira e a companhia dos pais. A criança não tem noção de seus limites de cansaço. É o adulto que precisa ajudá-la, mesmo que ela proteste.

Se os pais não demonstrarem culpa ou hesitação, a criança geralmente acaba aceitando que o dia acabou e se entrega ao sono. A convicção firme dos pais é o termômetro. A criança sente quando seus pais têm dúvidas e tentam ludibriá-los. É importante não ceder, a não ser em situações de exceção, que devem ser explicadas a elas para que possam distinguir entre a rotina e os dias diferentes.


Os limites organizam e acalmam a criança, que ainda não sabe perceber seu cansaço


Mas também é importante que a hora de dormir não seja antes de os pais chegarem ou logo em seguida à sua chegada em casa. Se os filhos só encontram os pais no final do dia é preciso dar a eles um tempo de convivência antes de serem levados para dormir. Muitas vezes é necessário rever a própria rotina e horário de trabalho para reservar esse tempo familiar.

A criança é naturalmente insaciável e sempre vai querer mais. Entretanto, quando de fato os pais reservam pouco tempo do seu dia com elas, ocorre uma carência real, que certamente vai interferir na rotina do sono. Os limites começam pela própria rotina dos adultos de modo a dar um equilíbrio à vida familiar.


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Relatores:
Dra. Denise Feliciano
Dr. Eduardo Goldenstein

Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo