Texto divulgado em 30/06/2023
A campanha Julho Branco: com consciência, sem drogas, tem por objetivo conscientizar profissionais de saúde e a comunidade sobre os efeitos nocivos do consumo de drogas por crianças e adolescentes. A SPSP tem a certeza de que o combate eficaz ao consumo de drogas passa obrigatoriamente pelos consultórios dos especialistas. Instituir um aconselhamento sobre o tema, ou seja, reservar um tempo específico da consulta voltado à abordagem da questão, certamente, favorece uma intervenção preventiva e até curativa.
“Quando pensamos no combate ao consumo de drogas na faixa etária pediátrica, o mais importante é a prevenção, o que se faz discutindo o assunto com a família e seus filhos, estando atento a situações de risco. A iniciação do consumo de drogas tem sido cada vez mais precoce e o impacto, avassalador. Por não entenderem o risco, muitas vezes crianças e adolescentes iniciam o uso de drogas por indicação de falsos amigos ou pessoas mal-intencionadas. Outras vezes, elas se espelham nos pais, consumindo drogas lícitas dos adultos, como bebidas alcoólicas e cigarros, achando que não existe perigo. É imprescindível, portanto, que os pediatras estejam preparados para abordar e orientar sobre essa questão, auxiliando, inclusive, a conscientizar pais e cuidadores em relação ao problema, enfatizando que, na prevenção, o diálogo é fundamental. Vale lembrar que as escolas também são muito importantes nesse processo.”
Claudio Barsanti, coordenador das Campanhas da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)
“Os pediatras têm a obrigação de trabalhar a questão da prevenção do consumo de drogas em sua rotina diária, não importa qual faixa etária estejam atendendo, pois desde a gravidez é preciso conscientizar os pais o quão prejudicial pode ser para o bebê o uso de qualquer tipo de droga, como por exemplo a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que deve ser evitada com a coibição do consumo de álcool durante a gestação, lembrando ainda que esse consumo durante a amamentação é igualmente nocivo aos bebês. E depois vem o exemplo das famílias para as crianças e adolescentes: se um pai fuma, por exemplo, como dizer ao filho que ele não deve fumar; em relação à bebida, a mesma coisa. Portanto, essa é uma questão que deve ser trabalhada no dia a dia das consultas pediátricas, através de um breve aconselhamento. A idade de experimentação das drogas é cada vez mais precoce, dessa forma, é preciso evitar desde cedo que a criança tenha contato com qualquer tipo de droga. Importante salientar também as novas drogas sintéticas que estão circulando, como a K9, K2 e K4, que vêm preocupando muito os profissionais da saúde, assim como o uso de narguilé e cigarro eletrônico, muito consumidos nos dias de hoje pelos adolescentes. E não somente durante o mês de julho devemos abordar esse tema, todos os dias do ano devem ser aproveitados para incentivarmos em nossas consultas a prevenção do consumo de drogas entre crianças e adolescentes.”
João Paulo Becker Lotufo, presidente do Núcleo de Estudos de Combate ao Uso de Drogas por Crianças e Adolescentes da SPSP e coordenador da campanha Julho Branco: com consciência, sem drogas
Organização: Núcleo de Estudos de Combate ao Uso de Drogas por Crianças e Adolescentes da SPSP