Humanização na hospitalização pediátrica

Humanização na hospitalização pediátrica

Voluntárias da Brinquedoteca acompanham as crianças que aguardam atendimento realizando atividades lúdicas, principalmente pinturas

A Humanização Hospitalar na Pediatria é o cuidado prestado com respeito, dignidade e ternura às crianças e adolescentes hospitalizados e seus familiares, tornando a relação entre pacientes, familiares e profissionais menos formal, o que minimiza a dor, contribuindo para a sua cura e, portanto, diminuindo o tempo de internação.

Quando se está hospitalizado ocorre uma ruptura na rotina familiar, tão natural à criança. Ao ser internada, ela se depara com um espaço desconhecido, pouco acolhedor, com procedimentos que se tornam ameaçadores (injeções, punções, biopsias, curativos, sondagens) e, consequentemente, podem distanciá-la do que é ser criança, do momento lúdico, do brincar e de tudo que faz parte da infância. Durante a hospitalização, a criança tem suas atividades interrompidas, como as brincadeiras e a vida escolar, havendo privação da companhia dos familiares e dos colegas.

A importância do acolhimento
Para diminuir o desconforto da hospitalização, as atividades lúdicas têm surgido com a finalidade de minimizar o estresse dos procedimentos e proporcionar momentos de atividades construtivas à criança, como: salas de recreação, brinquedoteca, classes hospitalares ou oficina pedagógica.

Envolvidas em um clima de descontração e alegria, as crianças se beneficiam de uma permanência mais agradável, o que colabora com o tratamento médico. Ao se valorizar setores como artes, computação e pesquisa, é possível aumentar a satisfação dos familiares, que também recebem orientações sobre a capacidade dos seus filhos, mesmo com necessidades especiais.

A inclusão de acompanhantes para as pessoas doentes nos processos de tratamento, bem como a modificação das regras de funcionamento de hospitais e outros serviços é de extrema importância, em função dos direitos dos usuários. Assim, a humanização implica na mudança da visão dos gestores, incluindo a estrutura, a forma de trabalhar e a visão destes profissionais, como exemplo: moradores de UTI Pediátrica, assim como pacientes com necessidades educacionais especiais, necessitam do olhar diferenciado em um ambiente hospitalar frequentado por profissionais capacitados.

Desenho de uma criança hospitalizada

Classe hospitalar
É um trabalho conjunto de ação pedagógica, entre os profissionais da Secretaria da Educação, da Saúde e dos gestores, que colaboram com a qualidade e humanização hospitalar ao conseguir transmitir para todos o acolhimento necessário aos pequenos pacientes e seus familiares.

A professora da classe hospitalar acompanha as crianças e adolescentes com idades entre 6 e 16 anos, internadas na UTI pediátrica e enfermaria de Pediatria, portadoras de patologias variadas e, principalmente, politraumatizados com maior tempo de permanência hospitalar, o que facilita o retorno à escola após a alta. Esse atendimento é estendido aos familiares e acompanhantes do paciente por meio de atividades que colaboram com a equipe multidisciplinar na humanização hospitalar, melhorando a qualidade no atendimento.

O trabalho pode ser realizado em conjunto com a escola que a criança frequenta, através do acompanhamento das tarefas pela professora da classe hospitalar, ou na sala de classe preparada para isso, ou ainda no próprio leito, conforme a necessidade.

A humanização no hospital proporciona então, entre vários fatores, o bem-estar psíquico e físico contribuindo para a redução do tempo de permanência hospitalar.

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Relatora:
Dra. Maria Teresa Torgi Alves
Presidente do Departamento Científico de Cuidados Hospitalares da SPSP

Publicado em 13/03/2017.
Fotos: arquivo da autora.

Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.

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