Hoje o Dia Mundial da Prevenção do Afogamento

Hoje o Dia Mundial da Prevenção do Afogamento

Celebrada em 25 de julho, essa data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2021, com o intuito de aumentar a conscientização sobre o alto custo humano, social e econômico que o afogamento representa no mundo. Considerado uma das principais causas evitáveis de morte e de sequelas, o afogamento ocupa a 3ª colocação no ranking de óbitos por lesões não intencionais no mundo, ceifando a vida de milhares de indivíduos menores de 25 anos, com particular impacto na faixa etária pediátrica. Muitos sobreviventes ficam com danos cerebrais irreversíveis e incapacidades a longo prazo. O afogamento é uma tragédia totalmente evitável e um problema de desenvolvimento, com alguns países perdendo o equivalente a cerca de 3% do seu PIB anual (as comunidades mais pobres em todos os países são as mais atingidas).

Da conscientização da escala do problema ao reconhecimento e promoção de soluções testadas para prevenir o afogamento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) coordena ações baseadas em seis intervenções básicas e de baixo custo. Dentre elas, merecem destaque: a instalação de barreiras físicas para controlar o acesso às águas, a observação infantil direta com cuidadores treinados, e o ensino para crianças em idade escolar das habilidades básicas de natação.

 

Faça a sua parte:

  1. Coloque cercas de proteção em torno de reservatórios de água. Em piscinas, coloque cercas de proteção de pelo menos 1,5 m de altura, nos quatro lados da piscina, isolando-a da casa e com um portão que possa ser trancado. Se a cerca for vazada, que não tenha espaços maiores que 12 cm (sua conformação não deve permitir que crianças ou pets passem pelos espaços ou a escalem!). Previnem mais de 50% dos afogamentos.

  2. A supervisão deve ser atenta e constante à criança próxima a qualquer reservatório de água, principalmente às menores de 5 anos. O supervisor não deve estar envolvido em outra atividade ou distração (uso de celular, consumo de álcool) e deve saber nadar. A “supervisão de toque” deve ser realizada para crianças menores de 5 anos ou “nadadores inexperientes”, estando o adulto supervisor dentro da água “ao alcance de um braço” da criança (como exemplificado na foto de ilustração deste texto).

  3. Use dispositivos de flutuação pessoal tipo “coletes salva-vidas”, certificados de acordo com a NORMAM (Norma de Autoridade Marítima da Marinha do Brasil) e SOLAS (Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar). Devem ser utilizados em todas as formas de transporte ou esporte aquáticos e por crianças pequenas ou por pessoas sem habilidade para nadar quando próximas ou na água. Outros tipos de “boias” não são seguros, podendo desinsuflar ou se desprender do corpo inadvertidamente.

  4. Crianças de 4 anos ou mais devem ter aulas de natação. Aprender a nadar deve ser visto como um componente da “competência na água”, que também inclui conhecimento e consciência dos perigos locais e/ou riscos e de suas próprias limitações. Crianças acima de 1 ano conseguem aprender algumas habilidades na água, mas a aquisição de competência na água é um processo demorado, que requer aprendizagem e maturação do desenvolvimento da criança.

  5. Procure nadar (piscinas ou mares) onde haja salva-vidas (guarda-vidas) e sempre respeite as placas de advertência dos lugares.

  6. Treinamento em ressuscitação cardiopulmonar (RCP): recomenda-se que todas as pessoas saibam realizar as manobras e de forma segura, principalmente pais e cuidadores, uma vez que o início imediato das manobras de RCP demonstrou grande impacto na sobrevida e prognóstico da vítima afogada.

  7. Evite os comportamentos de risco na água: nadar sozinho, hiperventilar, usar álcool ou drogas, brincadeiras como dar caldo, empurrar, pular de cabeça em águas com baixa visibilidade. Coloque dispositivos anti sucção em ralos de piscinas, jacuzzis. Esvazie baldes, banheiras, piscinas portáteis que não estejam em uso e mantenha crianças menores de 5 anos afastadas.


Campanha “Não se Afogue”, do Departamento Científico de Segurança da SPSP, que traz as principais condutas e medidas de prevenção baseadas em cada letra do título:

 

Relatora:

Tania Zamataro
Presidente do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade de Pediatria de São Paulo
Coordenadora do Blog Pediatra Orienta da SPSP