Reanimação Neonatal

Histórico no Estado de São Paulo

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2004, o número de nascidos vivos no Brasil foi 3.026.548 e 54.044 crianças morreram antes de um ano de vida. O número de óbitos neonatais precoces (0 a 7 dias de vida incompletos) e tardios (7 a 28 dias incompletos de vida), em 2004, foi respectivamente 27.499 e 8.391. No ano 2000, a asfixia perinatal foi responsável por 23% dos óbitos neonatais.

Dentre as oito intervenções estratégicas para diminuir a mortalidade de crianças até 5 anos de idade, a reanimação ao nascer tem papel de destaque, estimando-se que a sua aplicação possa prevenir a morte de 359.000 recém-nascidos a cada ano ao redor do mundo. Além disso, a reanimação neonatal rápida e efetiva pode, nos sobreviventes, reduzir a incidência de seqüelas neurológicas, que acarretam prejuízos para a qualidade de vida da criança e de sua família, além de elevados custos econômicos para a sociedade, incluindo os gastos com a saúde e a produtividade do indivíduo afetado.

O treinamento dos profissionais de saúde em reanimação constitui-se em estratégia relativamente simples para diminuir a mortalidade neonatal precoce.  Dentre as várias maneiras de aperfeiçoar o conhecimento dos profissionais em reanimação neonatal, a mais bem sucedida é a inicialmente proposta pela Academia Americana de Pediatria, cujas diretrizes foram posteriormente adotadas por outras entidades da Europa, América do Norte e Oceania, propiciando a implantação de um Comitê Internacional de Reanimação Neonatal, com a participação de especialistas do mundo todo.

Os primeiros cursos de Reanimação Neonatal na cidade de São Paulo segundo o formato implementado pelo Programa de Reanimação Neonatal da American Academy of Pediatrics e American Heart Association, foi ministrado por um grupo de neonatologistas, docentes da Universidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina, no ano de 1991. Tendo em vista o sucesso do programa americano, bem como a necessidade identificada de se contribuir para a redução da mortalidade infantil no âmbito nacional, a Sociedade Brasileira de Pediatria, em 1994, criou um grupo de trabalho para adaptar e divulgar o programa em território brasileiro. Sob a direção inicial do Dr. Luís Eduardo Vaz Miranda, o conteúdo e forma do programa americano foram adaptados ao aluno brasileiro e assim, em 1994, foi definido um modelo uniforme de curso, constando de oito horas de atividades teórico-práticas, passível de disseminação por todo o país. Durante o  Congresso Brasileiro de Perinatologia realizado em São Paulo em novembro de 1994 o curso foi realizado pela primeira vez nesse formato. A partir de então, coube a um grupo executivo da Sociedade Brasileira de Pediatria, começar o processo de formação de instrutores, para que o curso se disseminasse e equipar a Sociedade Brasileira de Pediatria com material suficiente para que o treinamento se pudesse efetivar em todo o território nacional.

Em São Paulo, o primeiro grupo de instrutores foi formado em outubro de 1996, com o treinamento coordenado pelas Prof. Dras. Maria Fernanda Branco de Almeida e Ruth Guinsburg, de 21 pediatras membros do Departamento de Neonatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo. A partir de então foram realizados diversos treinamentos de instrutores atuantes nas diversas regiões do Estado, até que em Abril de 2000, atingiu-se o objetivo de constituir pelo menos um instrutor em cada DIR do Estado de São Paulo.  A partir do ano de 2003, seguindo as normas nacionais do programa, foi implementado o novo modelo de curso destinado a outros profissionais de nível superior e médio (enfermeiros, fisioterapeutas, bombeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, entre outros) que podem auxiliar na reanimação neonatal.

No total, desde a implantação do Programa de Reanimação da SPSP/SBP, em 1996, até dezembro de 2006, foram treinados 12.680 alunos. Na gestão 2004-2006, foram realizados 121 cursos para médicos, com 1.645 aprovados, e 151 cursos para auxiliares, com 2.143 aprovados. No triênio 2007-2009, 1.836 médicos e 2.696 auxiliares foram treinados pelos pediatras instrutores do Programa de Reanimação Neonatal da SBP/SPSP. 

  • Coordenação do PRN da SBP/SPSP nas gestões 1996-1997, 1998-2000, 2001-2003
    Maria Fernanda Branco de Almeida e Ruth Guinsburg
  • Coordenação do PRN da SBP/SPSP – gestão 2004-2006
    Sérgio Tadeu Martins Marba (Cursos para Médicos) e Helenilce de Paula Fiod Costa (Cursos para Auxiliares)
  • Coordenação do PRN da SBP/SPSP – gestão 2007-2009, 2010-2012 (atual)
    Helenilce de Paula Fiod Costa e Cláudia Tanuri