Hiperatividade

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade acomete de 3 a 5% de crianças em idade escolar, com prevalência no sexo masculino.

Segundo o DSM IV (Manual Estatístico e Diagnóstico), alguns sinais devem ter início antes dos sete anos de idade, manifestar-se em mais de um ambiente (por exemplo, na casa e na escola) e estar presente por mais de seis meses.

Os principais sinais são:

  1. Agitação motora excessiva
  2. Fala em demasia
  3. Dificuldade em terminar uma tarefa (jogo, lição de casa, desenho)
  4. Desatenção aos detalhes que levam a cometer erros repetidos
  5. Parece não escutar
  6. Desorganização com suas coisas
  7. Facilmente distraído por estímulos externos
  8. Esquecimento das atividades diárias

Vários estudos sugerem as causas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade como a somatória de fatores de ordem anatômicos, genéticos e metabólicos com eventos psicológicos e sociais. Percebemos quadros de crianças angustiadas que exteriorizam seu sofrimento na agitação motora. O stress e a correria da vida moderna (com a exigência de um desenvolvimento acelerado das crianças) parecem contribuir para o quadro. Assim sendo, o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode ser pensado como um sintoma da vida moderna…

O tratamento pode incluir medicação, em geral psico-estimulantes, que agem no sintoma especificamente e por um tempo determinado. Isto faz com que o medicamento possa ser usado no ambiente onde o problema for maior, em geral a escola.

No entanto, o uso da medicação deve ser criterioso e, quando necessário, associado a tratamento psicológico (com a criança e seus pais) e orientação escolar.

Observamos e devemos ressaltar um uso indiscriminado e popularizado deste diagnóstico, que faz com que muitas crianças agitadas ou que estão submetidas a um sistema inadequado de ensino para seu perfil sejam chamadas de hiperativas, sem serem.

Relatora: Renata de Luca
Psicanalista, Mestre em psicologia e educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Membro do Departamento de Saúde Mental da SPSP – gestão 2007-2009.

Texto original – DC de Saúde Mental da SPSP – gestão 2004-2006.
Texto atualizado em 15/02/2008.