Glaucoma congênito e a importância da triagem oftalmológica em recém-nascidos

Glaucoma congênito e a importância da triagem oftalmológica em recém-nascidos

Todo bebê deve ser avaliado para se detectar o glaucoma congênito. Esta condição rara, mas potencialmente grave, ocorre quando o olho não se desenvolve normalmente e a pressão dentro do olho aumenta, danificando o nervo óptico. Se não tratado a tempo, o glaucoma congênito pode levar à cegueira. Por isso, é importante que os bebês sejam examinados para se detectar o glaucoma congênito o mais cedo possível.

O glaucoma congênito é uma doença ocular grave, que muitas vezes é assintomático, ou seja, os sintomas podem não ser perceptíveis, tornando mais difícil seu diagnóstico, especialmente em recém-nascidos, que geralmente se desenvolve durante o período pré-natal ou no nascimento.

Estima-se que aproximadamente 1 em cada 5.000 crianças nascidas nos EUA tenham glaucoma congênito. A triagem oftalmológica é muito importante e é a melhor maneira para se detectar precocemente o glaucoma congênito e iniciar o tratamento adequado, logo sendo mais eficaz.

Essa triagem deve ser realizada logo após o nascimento, pois pode detectar precocemente qualquer problema ocular, evitando a perda da visão. E pode ser realizada por um médico oftalmologista ou um pediatra.

O que é o glaucoma congênito?

O glaucoma congênito é uma doença ocular rara, que afeta bebês e crianças pequenas.

Essa condição ocorre quando o olho não se desenvolve normalmente, resultando em um aumento na pressão dentro do olho, ou seja, é caracterizado pelo aumento da pressão intraocular, que pode levar a lesão do nervo óptico e à perda permanente da visão.

O glaucoma congênito ocorre quando o fluxo de líquido (chamado humor aquoso) que é produzido na parte anterior do olho não flui para fora corretamente através do sistema de drenagem para manter a pressão intraocular adequada. No entanto, em bebês com glaucoma congênito, o sistema de drenagem não se desenvolveu corretamente, o que leva a um acúmulo de fluido e aumento da pressão intraocular.

Se não tratado, isso pode levar a danos irreversíveis às células nervosas na parte posterior do olho (chamada retina) e à perda permanente da visão.

O glaucoma congênito é responsável por cerca de 1 a 2 casos de cegueira congênita em cada 10.000 nascimentos.

Quais são os sintomas do glaucoma congênito?
O glaucoma congênito geralmente não apresenta sintomas, e por isso é importante que os recém-nascidos sejam avaliados para se detectar a doença precocemente.

Se os sintomas estiverem presentes, eles podem incluir lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, vermelhidão e aumento do tamanho do globo ocular; além disso, olhos vermelhos, inchaço e dor ao toque ou movimento dos olhos.

À medida que a pressão intraocular aumenta, a visão da criança pode ficar embaçada ou distorcida, e a córnea pode ficar embaçada ou opaca.

Como é detectado?

A triagem oftalmológica é a melhor maneira de detectar o glaucoma congênito.

Nessa triagem, os profissionais de saúde olham para o olho do bebê para avaliar se o olho está em boas condições.

Se o olho apresentar algum sinal de glaucoma, o bebê deve ser encaminhado para um oftalmologista para exames oftalmológicos completos, incluindo medição da pressão intraocular e avaliação do nervo óptico.

Quais são os tratamentos?

O tratamento do glaucoma congênito é baseado na causa subjacente.

Se a causa for desconhecida, o oftalmologista pode optar por abordagens cirúrgicas ou medicamentosas para melhorar o sistema de drenagem ou remover parte do tecido do olho para reduzir a pressão.

Se o glaucoma congênito for causado por uma anomalia congênita, o tratamento pode incluir cirurgia reconstrutiva.

É importante lembrar que quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhores serão os resultados do tratamento. O tratamento precoce é fundamental para evitar danos permanentes à visão.

Por isso, é importante que os bebês sejam submetidos à triagem oftalmológica o mais cedo possível (nos primeiros meses de vida), para se detectar o glaucoma congênito antes que possa causar danos aos olhos.

Conclusão

O glaucoma congênito é uma condição ocular grave, que pode levar à cegueira se não tratado a tempo. Embora seja uma condição rara, é importante estar ciente dos sintomas e procurar ajuda médica imediatamente se houver suspeita de um problema ocular em um bebê ou criança pequena.

 Por isso, é importante que os bebês sejam examinados para detectar o glaucoma congênito o mais cedo possível. A triagem oftalmológica é a melhor maneira de detectar esta condição.

Se o glaucoma congênito for detectado precocemente, o tratamento pode ser mais eficaz e ajudar a preservar a visão e melhorar a qualidade de vida da criança.

 

Relator:
Marcelo Alexandre A. C. Costa
Departamento Científico de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo