A odontologia, teve grandes avanços no controle da cárie dentária e da doença periodontal.
Contudo, o desgaste de dentes saudáveis tem se apresentado como um novo desafio. A erosão ácida dental vem tornando-se cada vez mais freqüente.
No começo, o desgaste dentário parece inofensivo. Contudo, ao progredir pode resultar em hipersensibilidade da dentina, perda da forma e da cor do dente. Nesse ponto torna-se necessária uma intervenção restauradora.
A erosão ácida está ligada ao consumo de bebidas e alimentos ácidos. Estes desmineralizam a superfície do esmalte dentário, tornando-a mais susceptível à abrasão. Curiosamente este desgaste ou abrasão pode ocorrer também devido à escovação.
Quais as conseqüências do desgaste dentário e que medidas podem ser tomadas para proteger os dentes deste processo lento e lesivo?
Veja o que acontece
1.Brilho e textura
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A superfície dentária perde o seu brilho e textura, tornando-se macia à medida que o esmalte é desgastado | Primeiros sintomas | |
2.Cor |
Os dentes tornam-se amarelados à medida que o esmalte vai diminuindo de espessura, sobressaindo a cor amarela da dentina subjacente. | ||
3.Translucência |
Os bordos incisais tornam-se mais finos, fazendo com que o dente pareça mais translúcido. | ||
4.Estrutura |
Surgem pequenos traços de desgaste dos bordos incisais fragilizados devido à menor espessura do dente. | Fases avançadas | |
5.Forma |
Impossível de se entender; pedir para nova redação |
A hipersensibilidade da dentina pode ocorrer.
Pode manifestar-se por pequenas pontadas de dor durante o consumo de alimentos quentes, frios ou doces ou de pequenos estímulos. Essa sensibilidade ocasional pode não ser relatada pelo paciente durante os exames de rotina.
A importância da dieta
As dietas modernas incluem alimentos com muita acidez. É o caso de sucos e refrigerantes (incluindo os diet sem açúcar e bebidas isotônicas). Estes têm um pH baixo (ácido) o suficiente para amolecer e desmineralizar a superfície do esmalte até valores de pH próximos ou inferiores a 5.5 para esmalte.
A saliva tem uma ação protetora sobre os processos de demineralização e remineralização ocorridos na cavidade oral devido à presença de cálcio e fósforo na sua composição e na sua capacidade de tamponamento, isto é, neutralização de acides.
Mas o consumo freqüente dos produtos citados ultrapassa o poder protetor da saliva e acarreta erosão (desgaste) do esmalte do dente.
A situação pode ser piorada pela ação de outros fatores como bruxismo, escovação vigorosa, regurgitação, fumo e doenças de refluxo gastro-esofágico.
Uma vez instalado o problema, a solução é, na maioria das vezes, restauradora da estrutura dental perdida. Assim, a recomendação é de que sejam realizados exames de rotina com mais atenção quanto à erosão de esmalte.
Por serem várias suas causas potenciais, as opções para lidar com o desgaste dentário devem ser adequadas ás circunstâncias de cada indivíduo. Conhecer os hábitos alimentares, tipo de bebidas ou alimentos ingeridos e por que períodos, bem como a forma de higiene dentária, são importantes para definir-se o diagnóstico. Problemas como possíveis perturbações gástricas também podem estar relacionadas.
Diagnosticado o problema de erosão ácida, as recomendações são:
- Reduzir ou eliminar o consumo de bebidas carbonadas (refrigerantes)
- Deixar de reter alimentos ácidos e bebidas ácidas na boca
- Mascar pastilhas ou gomas de mascar sem açúcar após uma refeição ácida, para estimular a saliva e proteger o esmalte
- Aguardar ao menos uma hora, após o consumo de bebidas ou alimentos ácidos, para realizar a escovação dos dentes
- Escovar os dentes com uma escova macia, utilizando dentifrício pouco abrasivo, com pouca acidez e com flúor.
- Zero DT, Lussi A. Erosion – chemical and biological factors of importance to the dental practitioner. int Den J 2005: 55: 295-299.
- Seminário FDI 2005.
- Bartlett DW. O papel da erosão no desgaste dentário: etiologia, prevenção e tratamento Int Den J 2005; 55: 277-284.
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- Amaechi BT, Higham SM. Dental erosion: possible approaches to prevention and control. J Dent 2005: 33: 243-252.
Grupo de Saúde Oral da SPSP
Dra. Adriana Mazzoni – Odontopediatra
Dra. Cláudia López- Fonoaudióloga
Dra. Cristina Zardetto – Odontopediatra
Dra. Gislaine Giliberti – Nutricionista
Dra. Dóris Rocha Ruiz – Odontopediatra
Dra. Maria do Carmo Bertero – Otorrino-Pediatra
Dra. Silvia Chedid – Odontopediatra
Dra. Renata Di Francesco – Otorrino-Pediatra
Dra. Sylvia Lavínia Ferreira- Odontopediatra
Coordenadora do Grupo:
Dra. Lúcia Coutinho – Odontopediatra
Texto divulgado em 16/12/2009.