As primeiras comemorações pelo Dia Nacional de Doação de Leite Humano aconteceram em 1º de outubro de 2004 e, a partir da lei nº 13227, de 12 de dezembro de 2015, oficialmente passamos a comemorar, anualmente, no dia 19 de maio.
Há 10 anos, a Rede Global de Bancos de Leite Humano (BLH) comemora nesta data o Dia Internacional de Doação de Leite Humano, para sensibilizar gestantes, puérperas e nutrizes sobre esse ato solidário, que contribui para salvar vidas de recém-nascidos prematuros e doentes internados em Unidades Neonatais.
Especialmente em 2020, um momento de tantas dúvidas e poucas certezas com a pandemia da Covid-19, sabemos o quanto é necessário e importante para esses prematuros que os estoques dos BLH estejam abastecidos.
Quem pode doar?
Toda mulher que estiver amamentando e tiver leite excedente, independente do volume, poderá entrar em contato com um BLH na sua região para fazer um cadastro e receber as orientações e os cuidados necessários para coleta e armazenamento do leite.
Quanto mais leite é retirado (para doação ou sugado pelo seu bebê), mais leite é produzido. Um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. E, dependendo do peso do prematuro, um (1) ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez que for alimentado.
Para ser doadora, a nutriz deverá estar saudável, não ser portadora de doença infectocontagiosa e nem fazer uso de medicamento que seja incompatível com a amamentação. Assim, nesse momento, mães que sejam Covid positivas ou sintomáticas podem amamentar seus filhos (não existe comprovação de transmissão através do leite materno), mas não podem doar seu leite.
O que acontece com o leite que é doado?
Conforme as recomendações oficiais, toda vez que chega um leite doado a um BLH ele é analisado, pasteurizado e submetido a um rigoroso controle de qualidade. Só então ele é distribuído de acordo com as necessidades de cada recém-nascido internado e da sua fase de desenvolvimento.
Os estudos mostram que os bebês prematuros e/ou com patologias que recebem leite humano quando não podem ser amamentados têm mais chances de se recuperar, melhorar seu ganho de peso, se proteger de infecções e ter uma vida mais saudável.
Preciso ir ao BLH ou eles podem vir até minha casa?
As duas situações são possíveis.
Para começar, entre em contato com o BLH mais próximo por telefone. A candidata poderá realizar um cadastro de doadora e receberá todas as orientações necessárias para a coleta e armazenamento do leite que ela irá retirar. Os dados serão analisados por uma equipe e, se for considerada apta, o processo será regularizado.
Antes de começar a doar, a nutriz aprende como coletar o leite e recebe materiais como gorro, máscara, etiquetas e frascos de vidro esterilizados com tampa plástica.
A cidade é dividida em zonas que são visitadas ao menos uma vez por semana. A cada visita, a doadora receberá novos frascos esterilizados vazios e entregará a sua doação de leite. Todo transporte do leite é realizado em caixas isotérmicas (que mantém a temperatura) e com gelo reciclável, garantindo assim a qualidade do seu leite.
Em momento de tantos heróis e heroínas, nós, pediatras, queremos agradecer as doadoras que, mesmo nesse momento de pandemia, mesmo com o “FIQUE EM CASA”, reservam um pouco de tempo para colher seu leite e doar para um BLH.
Todos os Bancos de Leite Humano do Brasil esperam continuar contando com a solidariedade de todas as mulheres que se dispõem a doar seu leite excedente e que também continuam a incentivar outras mulheres a se tornarem doadoras.
Caso queira ser uma doadora, entre em contato com um BLH através dos dados que constam no site da Rede Brasileira de Banco de Leite Humano. Com certeza encontrará um Banco de Leite de um hospital necessitando de sua doação.
DOE LEITE, DOE VIDA.
#FiqueEmCasa e apoie essa ideia!
___
Relatores:
Dra. Maria José Guardia Mattar
Dra. Rosangela Gomes dos Santos
Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo