Diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) chora em apelo contra a COVID-19: “Por que é tão difícil para os humanos se unirem?”

Com 12 milhões de pessoas contaminadas pela COVID-19 e 550 mil mortos no planeta até o dia 9 de julho, o diretor da OMS fez um apelo emocionado ao mundo.  Tedros Adhanom Ghebreyesus chorou por estar vivendo um estresse muito grande. A pandemia do novo coronavírus segue fora de controle e, em prantos, pediu unidade para a humanidade, dias depois de os Estados Unidos entrarem com pedido formal de saída da OMS: “A grande ameaça que enfrentamos agora não é o vírus em si, mas a ameaça é a falta de liderança e solidariedade em níveis globais e nacionais”.
Em um discurso emotivo, Tedros Adhanom declarou: “Esta é uma tragédia que está nos fazendo sentir falta de nossos amigos que estão morrendo. E não podemos enfrentar essa pandemia com um mundo dividido”.
O mesmo acontece com as drogas. É um tema frequente, mas as pessoas acabam se acostumando com ele, que passa a ser considerado normal.

michal jarmoluk | pixabay

Tedros Adhanom indagou em seu discurso: “Por que é tão difícil para os humanos se unirem, para lutar contra um inimigo comum?” A pandemia “é uma prova de solidariedade e liderança global” e voltou a pedir a unidade de todos os países. “Isso está matando pessoas de forma indiscriminada. Não podemos ser capazes de identificar um inimigo comum? Não podemos entender que as divisões ou separações entre nós são realmente vantajosas para o vírus? A única maneira é estarmos juntos.”
Além do novo coronavírus, temos o problema das drogas, que é endêmico no Brasil. Vi pessoas chorarem a perda de entes queridos e há um em especial que vai ficar guardado na memória para sempre: jovem de 21 anos saiu de casa terça-feira à noite para colocar gasolina e não retornou. A comunidade o procurou por três dias e só foi encontrá-lo na sexta-feira num necrotério com um tiro na cabeça. Vi o pai deste garoto enterrá-lo no sábado e pregar no domingo em sua Igreja – era o presbítero. Ele disse que continuaria sua peregrinação na terra que era divulgar a palavra de Deus, pois o que faltou para os assassinos de seu filho era o que ele pregava.
Muitas pessoas choram, porque seus parentes estão na Cracolândia de um lado para outro, outros choram de tristeza quando nos procuram, pois o filho está preso ou em surto psicótico e outros também choram, mas de alegria, porque conseguem largar as drogas, quer seja o tabaco, quer seja a cocaína ou o álcool, pois o esforço é muito grande.
O choro de Adhanom ocorreu no momento em que os EUA anunciaram abandonar a OMS. Nosso choro acontece no momento em que o combate às drogas perde espaço para a pandemia e é um pouco esquecido nos noticiários, mas continua contaminando os nossos jovens. Choramos por isso, mas não desistimos de combatê-lo.

Cinco itens são fundamentais para evitarmos estes problemas:

1. Família estar unida e com limites. Limites estão em extinção na humanidade.
2. Ter Espiritualidade é um dos fatores que evita a iniciação precoce do uso de drogas. Não importa qual, mas tem relação com o propósito e sentido para a vida.
3. Manter atividades culturais e esportivas, aliadas a um controle familiar de horário e cobranças foi o que fez diminuir a iniciação no uso de álcool e drogas da juventude na Islândia, projeto este copiado por 20 países.
4. Ter atividades sociais: é muito importante a família ter pelo menos um projeto social e inserir seus filhos. A vida não é só balada. A ajuda ao próximo, principalmente nos dias de hoje, é fundamental.
5. Cultivar boas amizades: onde está seu filho, com quem e fazendo o quê?

Acesse e consulte material a respeito destes assuntos:

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Relator:
João Paulo Becker Lotufo
Coordenador do Grupo de Trabalho no Combate ao Uso de Drogas por Crianças e Adolescentes da Sociedade de Pediatria de São Paulo