1º de agosto é o Dia Nacional dos Portadores de Vitiligo, uma doença (e não uma condição) cutânea, ou seja, que afeta a pele. A sua principal característica é a perda de pigmentação da pele, fazendo com que ela fique mais clara em várias regiões do corpo.
O vitiligo é uma doença autoimune, isto é, o paciente produz anticorpos que alteram a capacidade de pigmentação da pele, determinando as manchas brancas. Muito importante ressaltar que o vitiligo não é contagioso, ou seja, não passa de uma pessoa para outra. É uma doença que afeta pessoas com predisposição genética, ou até mesmo sem predisposição genética, mas exclusivamente que possuem a alteração em seus melanócitos.
Quais são as possíveis causas da doença?
Como dito anteriormente, alguns pacientes podem apresentar predisposição genética; impactos emocionais não determinam a doença, mas auxiliam a dermatose a aparecer, agindo como gatilhos.
Como se manifesta?
O vitiligo pode se manifestar de diferentes formas em pessoas distintas; no entanto, os seus principais sintomas são:
– perda da coloração da pele, em diferentes intensidades;
– cabelos e pelos do corpo, dependendo da área afetada, podem descolorir; incluindo cílios e barba, o que acontece de maneira irregular;
– alteração no tom das mucosas (tecido que reveste áreas como o interior da boca e os genitais) e não apresentam sintomas como coceira ou dor.
Como o vitiligo começa?
Pode começar em qualquer idade, inclusive em crianças, podendo excepcionalmente ser congênito. Cada forma de vitiligo tem sua apresentação na pele de uma forma específica e o dermatologista habilitado deve avaliar cada caso para tratar cada forma de maneira correta.
Há tratamento para o vitiligo?
O tratamento do vitiligo irá depender do tipo e também do período em que o diagnóstico é feito: quanto mais precoce o tratamento, melhor a capacidade da pele de recuperação das manchas. Entretanto, o tratamento é crônico, pois ainda não há cura para a doença. O tratamento inclui medicações locais, medicações orais, fototerapia; imunobiológicos estão em estudo, que são medicações mais especificas. Outras terapias, como laser e cirurgias, raramente são indicadas.
O dermatologista habilitado deve fazer o diagnóstico e o tratamento adequado, inclusive na pesquisa de outras doenças autoimunes, como doenças da tireoide.
Não tomar sol. Os protetores solares de alta coberturas são obrigatórios, pois protegem áreas mais predispostas a queimaduras e câncer de pele.
Qual o impacto do vitiligo no portador dessa doença?
O vitiligo é uma doença benigna, porém autoimune, por isso deve ser acompanhado, uma vez que traz um impacto social e emocional frequentemente importante. Dessa maneira, cabe ao dermatologista avaliar cada caso para indicação de suporte com terapias e até medicamentos.
Relatora:
Selma M. F. Hélène
Presidente do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo