O álcool é a droga mais utilizada entre nós e os grandes problemas estão em seu consumo excessivo e no início precoce.
Já é muito falado sobre o início de uso de álcool e outras drogas antes do cérebro estar todo formado, e isto ocorre até os 21 anos; um pouquinho ainda até os 25 anos.
Qualquer droga iniciada antes da formação do cérebro pode acarretar maior dependência e complicações. Por isso, nos EUA o álcool é liberado após os 21 anos, mas no Brasil é aos 18 anos. A indústria é a mesma, mas o respeito às regras e ao bom senso aqui não existe, pois, semelhante à indústria do tabaco e hoje do cigarro eletrônico, as propagandas são voltadas às crianças e aos adolescentes.
O filho de um amigo, aos 8 anos perguntou ao pai o que era ser “brameiro”, pois a propaganda da cerveja por um jogador de futebol dizia: “O MEU SUCESSO É PORQUE EU SOU BRAMEIRO”. ISTO EM HORÁRIO DE CRIANÇA VER TELEVISÃO E LIGADA AO ESPORTE. Essa propaganda foi retirada do ar dois meses depois, quando o estrago já estava feito.
O cigarro eletrônico (CE) é outra moda entre os jovens. Perto de 20% deles já o experimentaram. Estaremos produzindo um exército de dependentes de nicotina, pois o CE tem mais nicotina que o cigarro normal. O veículo que vaporiza a nicotina tem glicerol e outras substâncias que são cancerígenas e produzem uma doença inflamatória em nível pulmonar. A população não tem noção do malefício que isso pode trazer, pois as fake news influenciam mais os jovens de hoje. Por isso temos um livreto sobre CE, que se encontra também no site www.drbarto.com.br: Livreto-Cigarros-Eletronicos.pdf – Google Drive.
A maconha é a droga que os jovens acham que faz menos mal, mas ignoram que ela tem até 5 vezes mais cancerígenos do que o tabaco. Mas a maconha pode lesar a memória e o aprendizado, criando alguns “noias”; infelizmente todo mundo conhece um. Não se percebe a lesão cerebral, mas ela pode aparecer e é irreversível.
Como diminuir estes riscos?
- O exemplo dos pais é fundamental. Ensinar seu filho a beber antes dos 18 anos aumenta a chance de ele beber com os amigos e aí a quantidade será outra. Quanto de bebida alcoólica você serve em suas festas de família?
- Família unida com limites, coisa que está faltando hoje em dia. Isto começa desde cedo, pois se você não coloca limites no dia a dia, não conseguirá fazê-lo aos 14 ou 15 anos de idade. Ser pai é diferente de ser amigão.
- Diálogo na família diminui 60% a experimentação de álcool ou outras drogas. Evite usar o celular nas refeições.
- Envolvimento com atividades esportivas e culturais diminuiu em muito o problema de drogas na Islândia. Lá ainda fizeram um toque de recolher com os jovens. Poderiam estar nas ruas à noite apenas acompanhados dos pais. Limites novamente. Imagine isso aqui!
- Espiritualidade também é um fator protetor.
- Bons amigos. Saiba onde está seu filho, com quem e fazendo o quê. Traga os amigos de seus filhos para dentro de casa. Descubra com quem eles andam.
- Pais que não fumam e não bebem diminuem respectivamente em 50% e 25% o uso de drogas entre seus filhos.
Estas dicas encontram-se no livro 12 passos do projeto Dr Bartô de prevenção de álcool e outras drogas. Os jovens e crianças têm muito acesso às fake news pela internet, por isso os sites www.drbarto.com.br e drbarto.46graus.com devem ser consultados para aumentar o conhecimento de drogas pelos pais, para que eles possam orientar melhor seus filhos.
O Aconselhamento Breve (AB) semanal é uma boa forma de discutir estes assuntos com nossos jovens. Há um programa de AB por vídeos, que pode ser acessado em https://drbarto.46graus.com/videos – neste dia 20 de fevereiro, Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, fica a sugestão: envie um vídeo toda semana ao seu filho e discuta por alguns minutos aquela mensagem.
Relator:
João Paulo Becker Lotufo
Presidente do Núcleo de Estudos de Combate ao Uso de Drogas por Crianças e Adolescentes da Sociedade de Pediatria de São Paulo
Membro da Comissão de Combate ao Tabagismo da Associação Médica Brasileira (AMB) e convidado pela Comissão de Drogas Lícitas e Ilícitas do Conselho Federal de Medicina
Responsável pelo Projeto Dr. Bartô e os Doutores da Saúde – Projeto de Prevenção de Drogas no Ensino Fundamental e Médio