Sociedade de Pediatria de São Paulo
Texto divulgado em 26/05/2022
A maioria das pessoas já ouviu falar em glaucoma como sendo a principal causa de cegueira irreversível no mundo que afeta mais pessoas a partir dos 40 anos.
Apesar de mais raro (1 a cada 10 mil bebês), o glaucoma congênito ou infantil é muito grave e se não for diagnosticado e tratado precocemente leva à cegueira de forma muito rápida.
O glaucoma se deve a um desequilíbrio entre a formação e a drenagem de um líquido interno do olho, o humor aquoso. O acúmulo desse líquido gera um aumento da pressão ocular que vai comprimir a cabeça do nervo óptico levando à cegueira.
A criança que nasce com obstrução do local de drenagem desse líquido tem sinais diferentes do glaucoma do adulto.
Como o olho da criança é menos rígido que o do adulto, essa elevação da pressão interna do olho leva a um crescimento excessivo do globo ocular (buftalmo) e também um inchaço da córnea que dá um tom azulado da camada mais anterior do olho.
Os sintomas decorrentes são: lacrimejamento excessivo, muita fotofobia (a criança não consegue abrir os olhos diante de luminosidade), olhos irritados e vermelhos, aumento do diâmetro da córnea.
O tratamento na maioria dos casos é cirúrgico, com o intuito de abaixar a pressão intraocular. E deve ser feito após diagnóstico com exame sob narcose para medida da pressão ocular e fundo de olho do bebê.
Relatora:
Márcia Keiko Uyeno Tabuse
Presidente do Departamento de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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