Dia 7 de abril é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência. Neste ano, a data nos leva a refletir sobre os casos ocorridos nas últimas semanas em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.
A violência que ocorre na escola é reflexa à violência que acontece na sociedade, pois a escola é apenas um ecossistema pertencente ao todo. E a forma mais frequente que se apresenta na escola é o bullying.
O bullying, termo usado na língua inglesa, identifica a situação em que uma ou mais pessoas são submetidas à agressão física, moral ou verbal e cujas vítimas são humilhadas, ameaçadas, maltratadas, podendo gerar sintomas físicos, psicológicos e até dificuldade de convívio social.
A escola costuma ser o primeiro ambiente social em que a criança convive fora do lar. Nela, precisa aprender a conviver com os colegas (seus pares) e passará da atenção individualizada da família para o convívio coletivo com uma supervisão mais generalizada.
No início da escolarização é comum a criança visualizar na professora/tutora uma “segunda mãe”, uma pessoa a quem é importante ter afeto e conquistar sua atenção – no entanto, terá que disputá-la com diversas crianças, o que pode facilitar o surgimento de atritos.
É essencial para evitar o bullying que pais e responsáveis convivam com seus filhos e que conheçam a equipe escolar, assim como participem das atividades que envolvam as crianças e as famílias.
Construir uma boa autoestima, trabalhar as inseguranças que são próprias da infância, mostrar respeito pelos professores e por toda a equipe escolar são fundamentais, pois as crianças aprendem pelo exemplo e pela confiança. Trabalhar atividades com outras crianças da mesma faixa etária com supervisão de adultos confiáveis também ajuda no processo de amadurecimento social.
Aproveitando a comoção social que vem acontecendo com os casos bárbaros de violência recente, é essencial que cada escola discuta internamente e com a sociedade ao seu entorno, com pais, com associações de bairros, como enfrentar as situações de violência.
A constituição de comissões permanentes de prevenção de acidentes e violência é uma estratégia interessante para trabalhar o tema.
Não existem respostas fáceis à violência, porém a construção de debates que possam permitir trocas é fundamental. Exercer a tolerância e a democracia é essencial nestes momentos e orientar os filhos para isto seja, talvez, a mais importante lição que podemos realizar, a fim de prevenir a escalada de violência que nos afeta.
Relator:
Fausto Flor Carvalho
Presidente do Departamento Científico de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da SPSP