Sociedade de Pediatria de São Paulo
Texto divulgado em 06/04/2022
Com o avanço de estudos na área da saúde escolar, pensamos cada vez mais que a escola compõe um ecossistema único, com muitas características próprias.
Nossos filhos em casa apresentam um comportamento que reflete seu papel social e que segue as regras, implícitas ou explícitas, que a família já possui. Quando se tornam alunos, passam a conviver com colegas, seus pares, além de novas figuras que desempenham autoridade como professores, inspetores, monitores e coordenadores. Também precisam cumprir seus deveres que são apresentados pela escola.
No relacionamento interpessoal, com colegas que apresentam a mesma idade, é que podem aparecer relações desiguais, com a imposição de um ou mais alunos sobre outro(s), o chamado bullying. Está imposição sempre tem um caráter de domínio sobre o outro, usando atributos físicos, grupos de apoio, preconceitos, entre outros, como modo de controlar o comportamento daquele que sofre o bullying.
É de suma importância que pais e professores, assim como toda equipe escolar, entendam que no bullying precisamos dar atenção, acolher, apoiar e ajudar tanto o agredido quanto o agressor. Não é raro que aquele que agride já tenha sido agredido anteriormente ou que vivencie situações de agressão em seu núcleo familiar. Como já diz o ditado popular: violência gera violência.
Em tempos de tanta desigualdade e de preconceitos, precisamos resgatar o diálogo com o outro. Atividades pedagógicas em que alunos possam falar, se expressar e serem acolhidos são fundamentais. Acolhimento da família, convívio com os pais e a construção da personalidade da criança com incentivos são importantes para que as crianças e adolescentes tenham uma atitude positiva quando desafiados.
No dia 7 de abril é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola – todos nós temos que estar muito atentos a estas questões todos os dias, não só nesta data e em todos os lugares onde a criança está – em casa, na escola, no parque, no clube…para que não sofra bullying e/ou qualquer forma de violência.
Precisamos ainda destacar que com o advento e a massificação das mídias sociais, o bullying pode extrapolar os limites da escola, no que chamamos de cyberbullying. Os efeitos deste tipo de situação são exponenciais, causando traumas ainda mais graves do ponto de vista psíquico. Todos somos responsáveis na prevenção desta tragédia.
Relator:
Fausto Flor Carvalho
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da Sociedade de Pediatria de São Paulo
Presidente do DC de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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