Sociedade de Pediatria de São Paulo
Texto divulgado em 25/05/2022
Vinte e cinco de maio é o Dia Nacional da Adoção. Mais do que um dia qualquer do calendário, ele nos chama a atenção para um evento cheio de amor e carinho que pode transformar a vida de adultos e crianças.
Sabemos que hoje, no Brasil, temos mais pessoas cadastradas na lista de adoção do que crianças e adolescentes a espera de serem adotados. Porém, isto não significa que o problema está resolvido; pelo contrário, temos muito a caminhar.
Em primeiro lugar, o abandono de crianças e adolescentes existe ainda em nosso país e resulta de vários fatores que precisam ser debatidos: gestações indesejadas e não planejadas, falta de estrutura familiar, condições precárias de sobrevivência, exclusão de parte da população do mercado de trabalho, uso e abuso de drogas, entre outras mazelas.
Em segundo lugar, a busca de casais por crianças a serem adotadas em geral segue um padrão idealizado, procurando-se um bebê com características físicas semelhantes ao da família adotante. Isto normalmente traz problemas, pois as crianças e adolescentes em situação de adoção não são aquelas idealizadas.
O acompanhamento psicológico tanto das crianças e adolescentes, quanto das famílias a receberem o adotado deve ser realizado. A aproximação deve ser feita sempre com acompanhamento de autoridades e avalições periódicas de assistentes sociais e psicólogos, para uma adaptação adequada.
Como pediatras, que tratam sempre do bem-estar da criança e do adolescente, incentivamos a adoção, feita com muita responsabilidade e amor. Orientamos que o processo seja acompanhado por profissionais e que, desde o início a verdade seja comunicada à criança, na forma mais adequada a sua faixa etária. Quanto mais verdadeira a comunicação, melhor o elo entre pais e filhos.
Relator:
Fausto F de Carvalho
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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