Dia Mundial do Rim 2022: 10 de março

Dia Mundial do Rim 2022: 10 de março

Sociedade de Pediatria de São Paulo
Texto divulgado em 10/03/2022


Saúde dos rins para todos: educando sobre a doença renal

O Dia Mundial do Rim é comemorado todos os anos na segunda quinta-feira de março. Este ano é no dia 10/03. Em 2022, a comemoração ressalta a importância da conscientização e a educação sobre as doenças renais. Idealizada pela Sociedade Internacional de Nefrologia e amparada por várias entidades, neste ano, a campanha trata da importância da educação sobre a doença renal. Neste sentido, ela engloba o conhecimento do comprometimento agudo da função renal (lesão renal aguda), como a de patologias com potencial de evolução para doença renal crônica (DRC).

A adaptação a uma doença crônica é um processo complexo que se modifica à medida que a criança e a sua família superam enfrentamentos anteriores e suas consequências se projetam além da pediatria e da adolescência. A DRC, caracterizada por lesões irreversíveis nos rins por mais de 3 meses, é um problema com elevada morbimortalidade na infância e necessita de um atendimento multiprofissional.

As causas mais comuns da DRC em pediatria são as anomalias congênitas do rim e trato urinário e as nefropatias genéticas e hereditárias. Outras condições estão associadas, tais como uropatias obstrutivas e infecções urinárias de repetição, glomerulopatias, bexiga neurogênica, distúrbios miccionais, tubulopatias, vasculites, cálculos renais, entre outras enfermidades. A lesão renal aguda também apresenta potencial de evolução para DRC, associada com desidratação prolongada, sepse, utilização de drogas nefrotóxicas, pós-operatórios etc.

Importante ressaltar que muitas crianças são portadoras de doenças renais, mas não sabem, pois os sintomas às vezes são discretos e só aparecem quando o rim já está parando de funcionar. Devemos ficar atentos às alterações do volume urinário (tanto urinar pouco ou em excesso), presença de sangue e espuma na urina, inchaço nos olhos e pés, alterações da dinâmica da micção, dor para urinar, anemia persistente, problemas de dificuldade de crescimento, alterações ósseas, entre outros sintomas ou sinais.

A importância do diagnóstico precoce      

O reconhecimento precoce destes cenários pelo pediatra e outros profissionais de saúde, o reforço ao aleitamento materno, a alimentação saudável, a atividade física regular, a utilização criteriosa de medicamentos e o diagnóstico das diversas comorbidades associadas constituem medidas preventivas da DRC. Crianças após os 3 anos de idade devem ter sua pressão arterial aferida e exame de urina e creatinina sérica incluídos em seu atendimento de rotina. Na presença das condições acima referidas e de outros fatores de risco, estas medidas devem ser antecipadas.

Quanto mais cedo estas condições e suas complicações forem diagnosticadas e tratadas, incluindo o período da gestação e o pré-natal, maior a possibilidade de serem controladas ou retardadas. Em estágios avançados, a DRC pode resultar na necessidade de diálise e transplante renal.

O apoio à criança e aos familiares e sua capacitação para alcançarem uma melhor qualidade de vida é ponto essencial ao sucesso do tratamento, envolvendo projetos de educação continuada e políticas públicas de saúde. 

“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!”  (Paulo Freire).

 

Relatora:
Natália Andréa da Cruz
Vice-presidente do Departamento Científico de Nefrologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo

 

Foto: ​benschonewille | depositphotos.com