A urticária afeta por volta de 20% da população, desde a criança ao idoso, o que significa que uma em cada cinco pessoas apresenta pelo menos um episódio da doença em algum momento da vida. Dada a sua elevada prevalência, além do impacto na vida dos acometidos, em 2014 uma organização espanhola, a Asociación de Afectados de Urticaria Crónica (AAUC), criou o ‘Dia Mundial da Urticária’ em 1º de outubro, com o propósito de promover o intercâmbio de informações e experiências com a população. No Brasil, essa data marca um momento de conscientização sobre a doença, especialmente para aqueles que convivem cronicamente com o problema.
Podemos descrever a urticária como: lesões elevadas e avermelhadas na pele, à semelhança de vergões, que podem se confluir em placas fugazes de vários tamanhos, que mudam de lugar, durando na maioria dos casos menos de 24 horas. O impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes é proveniente do incômodo causado pela coceira importante, irritação e interferência no sono, que levam até à ansiedade e depressão. Algumas vezes é acompanhada de um inchaço mais profundo na pele das pálpebras, lábios, mãos, pés e/ou genitais, recebendo o nome de angioedema.
Há dois tipos de urticária e a mais frequente na criança é a aguda, que dura pouco tempo. O outro tipo é a crônica, que dura mais de seis semanas e pode ser induzida (por fatores físicos ou outros agentes) ou espontânea. Embora os sintomas de urticária crônica possam causar transtornos avassaladores no comportamento dos pacientes, a doença aguda pode ser temerária.
Sintomas raros, mas perigosos, podem ser facilmente identificados caso a criança apresente falta de ar, dificuldade para engolir ou para falar, barulhos na respiração, palidez, arroxeamento da pele, sonolência, muita irritabilidade ou perda de consciência. Nesses casos, os responsáveis devem procurar imediatamente um serviço de emergência.
Tanto as crianças e/ou adolescentes que vivem a experiência crônica desses sintomas, como aqueles que já apresentaram quadros agudos graves, devem procurar o alergista/imunologista pediátrico para o devido acompanhamento.
Relatora:
Vera Esteves Vagnozzi Rullo
Departamento Científico de Alergia e Imunologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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