“Como você faz uma coisa é como você faz tudo” (ditado popular).
Que bom seria se pudéssemos dormir, todos os dias, sem medos a nos assombrar. Sem medo de assalto, de guerras, de incertezas políticas, de perder o emprego, dos resultados de exames clínicos, de balas perdidas, do futuro e de tantas outras incertezas que a vida nos traz. Esse seria o sono dos justos. A paz completa.
Há males que podemos evitar, pois estão no nosso poder de atuação. Outros estão fora do nosso domínio, como os infortúnios advindos das forças da natureza.
A sensação de insegurança que o mundo vive hoje, em grande medida, é gerada por males que nós mesmos – seres humanos – engendramos. É uma “sociopatia universal”.
O sono dos justos sempre está atrelado a uma vida de sabedoria. Não é fruto do acaso ou da sorte. É consequência de um investimento de tempo, de vontade e dedicação. É consequência de um jeito de viver.
Neste dia 30 de janeiro, em que se comemora o Dia Mundial da Não Violência e da Cultura da Paz, parece adequado falar sobre sabedoria. A palavra cultura remete ao que escrevemos acima e a paz vem de um modo de viver com sabedoria.
Esse modo de viver com sabedoria, que gera a paz, é um processo que exige manutenção permanente. Ele deve começar no indivíduo, crescer na família, se espraiar na sociedade, para, então pervadir a humanidade. Tem razão Gandhi, o grande homenageado deste dia, quando diz: “Você deve ser a mudança que deseja ver no mundo”.
Para que um mundo de paz não seja uma utopia irrealizável, ou que essas palavras não sejam “histórias da carochinha”, “ingênuas”, é necessário não perder a fé na humanidade, e não ficar de braços parados – devemos agir!
“Quem espera que a vida / Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco / Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado / Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver.
Toda pedra no caminho / Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos / Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem / Você pode escolher
É preciso saber viver”.
(Letra da música ‘Saber viver’ de Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
A Organização das Nações Unidas (ONU), desde 1948, estabeleceu o dia 30 de janeiro como o Dia Mundial da Não Violência e da Cultura de Paz, em homenagem ao pacifista Mahatma Gandhi, assassinado nesse dia. Oferece, também, uma agenda de temas e ações para o engajamento pessoal de cada um de nós, numa forma de promover educação para que os povos tenham paz, solidariedade, respeito pelos direitos humanos e que busquem a mediação de conflitos. Seguem os mais importantes:
- Respeito à vida e à dignidade humana, sem preconceitos ou discriminação de qualquer tipo;
- Prática da não violência ativa, com rejeição da violência em todos os seus meios, sexual, físico e psicológico, bem como social e econômico;
- Compartilhamento responsável dos recursos materiais, embasado no sentimento de solidariedade;
- Defesa da diversidade cultural, assim como da liberdade de expressão, sempre buscando o diálogo em vez do fanatismo, rejeição ou difamação;
- Promoção de um modo de consumo responsável;
- Incentivar práticas de desenvolvimentos que consigam respeitar todas as formas de vida, com preservação do planeta e da natureza como um todo;
- Contribuição para que haja um acesso democrático e inclusivo às novas tecnologias de desenvolvimento.
Relator:
Fernando MF Oliveira
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da SPSP