Sociedade de Pediatria de São Paulo
Texto divulgado em 28/04/2022
Dia 28 de abril é o Dia Mundial da Educação. Para refletir sobre uma data tão importante, gostaríamos de destacar alguns dados importantes sobre nosso país e sobre a educação das nossas crianças e adolescentes.
Apesar da educação começar desde o lar, pois o processo ensino-aprendizagem se inicia desde a vida intrauterina, focaremos na questão da educação formal, aquela tradicionalmente realizada a partir da vida escolar.
Segundo o censo do IBGE de 2019, ainda temos 6,6% da população brasileira analfabeta, com quase 50% com o ensino médio concluído e apenas 17% de pessoas concluintes do ensino superior.
Com a pandemia da covid-19, que obrigou o fechamento prolongado das salas de aulas, houve um aumento do abismo entre pessoas com maior renda e as de menor renda em relação ao acesso à educação formal e ao ensino a distância. A evasão escolar, que já passava dos 5 milhões de alunos, aumentou cerca de 5 a 10%, agravando uma situação já ruim.
Dados de organismos internacionais, como o UNICEF e o Pisa, mostram desempenho regular dos alunos brasileiros, com dificuldade especialmente em matemática. A cada novo ranking, somos ultrapassados por países com menos recursos e renda per capita.
Precisamos olhar com muito carinho e atenção para a educação brasileira. É necessária uma participação maior e mais intensa das famílias, melhora de estrutura da maioria das escolas. O reconhecimento adequado dos profissionais da educação com um sistema de educação continuada e oferta de diversas técnicas pedagógicas é fundamental para que haja melhora dos índices.
Igualmente importante é a oferta de mais vagas no ensino infantil, possibilitando às crianças terem, desde cedo, acompanhamento de suas habilidades, desempenhos e dificuldades, permitindo detecção precoce de distúrbios que possam atrapalhar o processo de ensino-aprendizagem.
Lutar por uma escola mais segura, com maior participação da comunidade que vive no entorno, com vínculos de afeto entre profissionais, crianças e adolescentes e população é essencial para a melhora do cenário atual.
Você, pai ou mãe, conhece a escola do seu filho? Participa dela? Pode colaborar em algo para que esta escola se torne melhor? Pense nisto.
Relator:
Fausto F. Carvalho
Coordenador do Blog Pediatra Orienta e Presidente do Departamento Científico de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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