A presença do ser humano em todos os continentes é fruto de diversos processos migratórios que culminaram em sucessivos estágios evolutivos de organização, desenvolvimento, estagnação, atritos, diferenciação, hierarquização, adaptação a situações geográficas diversas. Essa história está ligada ao desenvolvimento de circuitos neuronais diferenciados, modelando formas diversas de autopercepção, fator importante para a diferenciação cultural entre os povos e determinando seus diversos comportamentos e hábitos. Esse mecanismo vale também para o povo indígena.
Várias tribos se inter-relacionaram com o intuito primário de ampliar as bases de segurança e o intercâmbio de conhecimento natural a cada tribo – cada uma detentora de um saber peculiar capaz de oferecer respostas e discernimento às questões de como fazer, onde procurar o que um determinado fato significa para aquele povo e cultura. Cada tribo desenvolveu um senso de observação próprio da natureza que a acolhia, de tal modo que soube obter não só o alimento para a subsistência, bem como a medicina para os seus males.
A diversidade do grupo indígena no Brasil ainda não é totalmente conhecida; entretanto, seu espaço físico, geográfico, social e cultural deve ser respeitado, permitindo sua representatividade dentro de todo o escalão que sustenta qualquer nível de direito humano. O crescimento da população indígena, mantendo seus modelos culturais, deve ser protegido e apoiado, através da melhoria da atenção básica à saúde, da suplementação alimentar, da proteção vacinal básica e da implementação de modelos de capacitação educacional.
No dia 9 de agosto, comemoramos o Dia Internacional dos Povos Indígenas. O objetivo desta comemoração é conscientizar para a necessidade de que seja respeitado o direito do povo indígena de viver em seu habitat e expressar a sua cultura.
Relatores:
Patrícia Salmona
Zan Mustacchi
Departamento Científico de Genética da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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