Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil

Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil

Quinze de fevereiro é o Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil. Esta é uma doença rara, grave e curável (em grande parte dos casos). Os principais sintomas do câncer na criança são comuns a várias doenças da infância; a duração ou persistência desses sintomas é o que deve chamar a atenção das famílias e dos pediatras. A febre, frequente em doenças infecciosas, quando não cessa após tratamentos usuais, e se prolonga por mais de três semanas, demanda maior investigação, inclusive com a realização de exames laboratoriais. A febre persistente é um dos sintomas mais comuns na leucemia, principal câncer da criança abaixo de 14 anos.

A queixa de dor de cabeça, sintoma comum a quadros de infecção de vias aéreas superiores, quando não responde a medicação analgésica, quando interrompe brincadeiras ou acorda a criança, sendo acompanhada ou não de vômitos, ocorre com frequência nos tumores cerebrais, o segundo tipo de tumor mais comum nessa faixa etária.

O aparecimento de gânglios, também conhecidos como ínguas, que não param de crescer, mesmo indolores, e principalmente quando estão em vários locais do corpo, tais como pescoço, axilas, virilhas, é outro sintoma comum em infecções e em alguns tipos de câncer, como leucemia e linfoma.

O aumento da barriga, com ou sem dor, o inchaço nas articulações, como joelho, o crescimento de um caroço embaixo da pele, o aparecimento de algo incomum na criança, como estrabismo, mancha branca no olho, também são sintomas presentes em alguns tipos de câncer infantil.

Não há como prevenir o câncer na criança: esta doença aparece ao acaso, não tem relação com tipo de alimentação ou outros eventos cotidianos. O importante é que os pais, sempre que perceberem algo errado, seja dor, tumoração, ou outro sintoma que não melhora e que progride, atrapalhando a atividade da criança, devem procurar o pediatra o mais breve possível. Esse médico, quando suspeita que pode ser câncer, encaminha o paciente para o oncologista pediátrico, o especialista em tratamento de câncer na criança e no adolescente.

Quando diagnosticado no início, o paciente pediátrico pode ser curado em 70% a 80% dos casos. Em centros de excelência em tratamento de câncer da criança e do adolescente, o paciente realizará exames para que o diagnóstico seja o mais preciso possível, inclusive em nível molecular, o que possibilita um tratamento mais direcionado à doença do paciente.

Quimioterapia, radioterapia e cirurgia são as modalidades terapêuticas mais utilizadas. Além destas, atualmente cresce a importância de novas drogas, que atuam diretamente em alterações moleculares expressas pelas células tumorais. Estas medicações são conhecidas como drogas-alvo, e, em geral, apresentam menos efeitos adversos em relação à quimioterapia. A imunoterapia é outra modalidade que se destaca, com objetivo de melhorar as ações de defesa do paciente contra o tumor. Os pacientes, nesses centros, são atendidos por diversos médicos, além do oncologista, tais como cirurgião pediátrico, oftalmologista, ortopedista. E a criança e o adolescente recebem abordagem da equipe multidisciplinar, que envolve equipe de enfermagem, farmácia, serviço social, fisioterapia, odontologia, fonoaudiologia, nutrição e psicologia. O envolvimento de todos esses profissionais, com suporte tecnológico adequado, possibilita as melhores taxas de cura do câncer infantil.

Relatora:
Ethel Fernandes Gorender
Vice-Presidente do Departamento Científico de Oncologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo