Debate sobre a paralisação dos médicos

O Sindicato dos Médicos de São Paulo promoveu um debate entre representantes de instituições da saúde sobre a paralisação nacional dos médicos ao atendimento dos planos e operadoras de saúde, que ocorrerá no próximo dia 7 de abril. Participaram da discussão Clóvis Francisco Constantino, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo; Cid Carvalhaes, presidente do Simesp; Renato Azevedo Junior, presidente eleito do Cremesp; e Thomas Patrício Schimdt Howard, diretor de defesa profissional da Associação Paulista de Medicina.

No debate, Renato Azevedo Junior, presidente eleito do Cremesp, ressalta que chegou a hora dos médicos darem um basta na exploração do trabalho dos médicos pelos planos e operadoras de saúde. Depois da mobilização, o Cremesp pretende continuar com ações para chegar a um acordo justo entre as partes. Thomas Patrício Schimdt Howard, diretor de defesa profissional da APM, quis deixar claro que o movimento é nacional, é um grito de alerta para chamar a atenção da população e de todos os colegas médicos sobre a necessidade de fazer negociações justas e revisões de contratos.

Clóvis Francisco Constantino, presidente da SPSP, lembrou que a relação entre as operadoras de planos de saúde, a população que se serve desses planos e os prestadores do serviço – os médicos – é totalmente assimétrica, e a desvantagem cai em cima dos médicos e da população. Os pacientes precisam saber que os médicos são cada vez mais mal remunerados uma vez que os reajustes dos valores de remuneração do profissional da saúde não acontecem. “Os pediatras utilizam única e exclusivamente dispêndio de energia intelectual para acompanhar seus pacientes, não utilizam equipamentos ou tecnologia, e a remuneração é a mesma nos últimos 10, 15 anos”, alertou Constantino. “Além de tratarmos das enfermidades de nossas crianças e adolescentes e cuidarmos da prevenção das doenças desses seres que fazem parte da nossa sociedade, nós temos uma missão muito importante que é acompanhar de maneira competente, com alto grau de complexidade, o crescimento e o desenvolvimento deste público. Isso custa muito tempo, custa um dispêndio de energia intelectual e de conhecimento técnico muito alto e a remuneração é absolutamente irrisória”, afirmou. Para o presidente da SPSP, a Pediatria, assim como outras especialidades clínicas, está em uma situação muito difícil. Os pediatras estão se rarefazendo, vários indicadores mostram que os jovens médicos não estão optando por Pediatria. “Esta é uma luta da SPSP, da Sociedade Brasileira de Pediatria, estamos irmanados com as grandes entidades médicas nacionais e estaduais. Este movimento do dia 7 é um alerta à população para que nos ajude a fazer com que as operadoras de planos de saúde vejam, além do lado econômico, vejam também o lado social e a necessidade do paciente e do médico de ser remunerado adequadamente”, pediu Clóvis Francisco Constantino.

Cid Carvalhaes, presidente do Simesp, afirmou que no dia 7 será feita uma mobilização em que se respeitarão as necessidades dos pacientes, as urgências serão prontamente atendidas como sempre foram, se fará apenas uma paralisação dos atendimentos eletivos. “Esperamos, especialmente, sensibilizar os órgãos do governo que estão centralizados na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que é absolutamente omissa e foge às suas responsabilidades de cumprir as determinações legais”, alertou Carvalhaes. Há uma coletiva de imprensa programada para o dia 5 de abril, em São Paulo, com todas as entidades médicas que puderem estar presentes na cidade, para que se possa, efetivamente, discutir todas as polêmicas e conflitos existentes. A coletiva será na sede da AMB, na Rua São Carlos do Pinhal, 324, Bela Vista.

Além da paralisação ao atendimento dos planos e operadoras de saúde em todo o Brasil, em São Paulo haverá uma passeata saindo do estacionamento da APM (Rua Francisca Miquelina, 67) às 9h30 em direção à Praça da Sé.

Clóvis Francisco Constantino finalizou chamando os médicos a participarem desta mobilização e de todos os outros movimentos que virão, uma vez que é extremamente importante a participação para que se possa antever resultados. “E à população eu gostaria de dizer que se sinta segura com nossa atenção à saúde de vocês, nós sempre daremos o máximo de nós – profissionais médicos – à saúde de vocês. Mas gostaríamos de solicitar que realmente nos ajudem a ser um pouco melhor remunerados, visto que nosso trabalho precisa disso para que possamos nos manter atualizados”, solicitou o presidente da SPSP.

Confira o debate na íntegra aqui .

 



Representantes de instituições da saúde debatem sobre a paralisação nacional dos médicos.
 

Assessoria de Imprensa SPSP

Clóvis Francisco Constantino, presidente da SPSP, fala durante o debate promovido pelo Simesp.
 

Assessoria de Imprensa SPSP

Da esquerda para a direita: Clóvis Francisco Constantino, presidente da SPSP; Thomas Patrício Schimdt Howard, diretor de defesa profissional da APM; Cid Carvalhaes, presidente do Simesp; e Renato Azevedo Junior, presidente eleito do Cremesp.