A revista Veja publicou, em junho de 2012, matéria sobre um estudo que aponta que crianças que moram em áreas urbanas têm mais riscos de terem alergia alimentar. Segundo o artigo, a pesquisa (publicada em maio na edição avançada online do periódico Clinical Pediatrics) mostra que enquanto 9,8% das crianças de centros urbanos têm alergia alimentar, só 6,2% das que vivem em áreas rurais têm o problema. De acordo com a matéria, o estudo também mostrou que alergias a amendoim são duas vezes mais comuns em centros urbanos, com 2,8% das crianças – frente a 1,3% nas áreas rurais. Alergias a crustáceos têm mais do que o dobro da prevalência em centros urbanos: 2,4%, frente a 0,8% em áreas rurais. O estudo analisou dados de 38.465 jovens norte-americanos com menos de 18 anos.
FONTE: Revista Veja, 8 de junho de 2012
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/criancas-urbanas-tem-mais-alergias-alimentares-do-que-as-que-vivem-em-areas-rurais
Comentário:
Marcos Tadeu Nolasco da Silva
Presidente do Departamento Científico de Alergia e Imunologia da SPSP.
Esta pesquisa, bastante cuidadosa, mostrou risco de alergia alimentar diretamente proporcional ao grau de urbanização das regiões de moradia. Isso sugere que crescer no ambiente rural poderia proteger a criança contra várias alergias, incluindo a asma, a dermatite e a alergia alimentar. Como se explica esse fenômeno tão intrigante? A hipótese mais aceita atualmente é que o sistema imunológico da criança que vive no campo tem regulação benéfica que começa já no período pré-natal e primeiros anos de vida, pela exposição a diversas substâncias como toxinas de bactérias presentes nos pastos e no esterco de vacas, micróbios presentes no leite de fazenda, bem como fragmentos de gramíneas do ambiente rural. Esta regulação benéfica, tão precoce mantém um efeito protetor durante todo o resto da vida.
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Publicado no site da SPSP em 05/09/2012.
photo credit: Saad.Akhtar via photopin cc
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