Cranioestenose ou Craniossinostose
Tanto quanto o choro, o umbigo e a amamentação, outra grande preocupação dos pais com o seu bebê é o cuidado com a cabeça. Ao nascer, o osso da cabeça do bebê está separado por linhas, chamadas de suturas e duas aberturas no alto, a fontanela anterior e a posterior, conhecidas como moleiras.
As principais funções das suturas e das fontanelas são de facilitar a passagem do bebê na hora do parto e permitir o crescimento adequado do cérebro. Mais tarde, a própria natureza tratará de fechá-las.
O formato da cabeça pode variar conforme a característica familiar. Após o nascimento, é comum a cabeça do bebê apresentar pequenas deformações que são devidas à compressão da calota craniana no momento do parto. Entretanto, em torno de 7 a 10 dias, o formato da cabeça volta ao normal.
No primeiro ano de vida, o cérebro alcança metade da dimensão que terá no adulto e termina seu crescimento ao final do 2º ano de vida. A fontanela anterior é maior que a posterior e a que mais demora a fechar. Mede cerca de dois dedos de largura e seu fechamento ocorre em torno do 9º ao 15º mês de vida. A outra fontanela, menor, costuma estar fechada até o 2º mês de vida.
A cranioestenose ou craniossinostose é o fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas. A forma do crânio se modifica, devido ao impedimento do crescimento normal do cérebro. Esse fechamento precoce pode causar deformidades na cabeça e até graves lesões neurológicas.
É mais comum no menino e estima-se que ocorra um caso de cranioestenose para cada 2.000 crianças nascidas. A doença é congênita, iniciando-se na fase de embrião. Pode ser de causa hereditária, intra-uterina ou infecciosa. Também pelo uso de certos medicamentos durante a gravidez, como alguns anticonvulsivantes.
O diagnóstico é feito pelo exame físico da cabeça do bebê, complementado com o exame radiológico e avaliação por neuroimagem. Estes exames permitem a constatação da sutura fechada e das possíveis malformações dos ossos da face e/ou do sistema nervoso que possam ter.
Deve ser tratada antes do 8º mês de vida, mas é importante que o diagnóstico seja firmado até o 2º mês, para permitir um acompanhamento neurológico mais aprofundado. O tratamento é cirúrgico: são criados espaços ou suturas no osso do crânio, com resultados satisfatórios.
A CONSULTA REGULAR COM O PEDIATRA NO PRIMEIRO ANO DE VIDA DA CRIANÇA AJUDA A FAZER O DIAGNÓSTICO PRECOCE E A DEFINIR O MELHOR TIPO DE TRATAMENTO.
Relatora: Dra. Monica de Souza Bomfim Pinheiro
Membro do Departamento de Neonatologia da SPSP; Chefe da Neonatologia do Hospital Geral de Itapecerica da Serra, SP
Texto original divulgado no Portal em out/2006.
Texto atualizado em 1º/08/2007.