No final de dezembro de 2019, o oftalmologista chinês de 33 anos Li Wenliang foi o primeiro a “tocar o alarme” sobre um novo vírus que estava provocando vários casos de pneumonia no hospital em Wuhan, na China. O governo chinês o obrigou a desmentir tal fato. A seguir ele mesmo foi vítima do Covid-19, vindo a falecer em 7 de fevereiro.
A hipótese levantada foi a de que ele havia sido contaminado por uma paciente que estava em tratamento de glaucoma, o que acendeu um alerta para a provável presença de coronavírus na lágrima – o que foi confirmado em pacientes que apresentavam hiperemia e secreção conjuntival com diagnóstico de Covid-19.
O quadro de conjuntivite tem sido observado em uma pequena parcela dos pacientes (3%) e é semelhante à conjuntivite viral comum, com presença de secreção e vermelhidão.
O fato de a transmissão ocorrer principalmente pelas gotículas de saliva e por aerossóis que são expelidos através da tosse e espirros, podendo atingir a conjuntiva (membrana mucosa que reveste a parte posterior da pálpebra e se prolonga para recobrir a parte branca do olho), obrigou os profissionais da saúde a usar óculos como prevenção.
E para todos: ficar em casa, não colocar as mãos nos olhos, nariz e boca e lavar as mãos frequentemente.
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Relatora:
Dra. Marcia Keiko Uyeno Tabuse
Departamento Científico de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo