Corticóides, produtos à base de cortisona, têm indicações adequadas na prática médica, principalmente pelos seus efeitos antiinflamatórios. Mas seus efeitos colaterais – obesidade, aparecimento de pêlos, entre outros – fazem com que estes medicamentos ainda provoquem certo receio quando prescritos pelos médicos.
Os corticóides têm sido utilizados em situações definidas:
- De emergência: quando ocorrem casos de edema de glote (“fechamento da garganta”, geralmente por alergia), casos de urticária importante e crises de asma grave. Nestas ocasiões, estes medicamentos tornam-se parte importante no tratamento e são administrados por via intramuscular ou endovenosa.
- Que requerem continuação do tratamento: quando após uma situação aguda, há necessidade do uso do corticóide para sua continuidade. Um exemplo é a crise de “asma”, quando o mesmo, prescrito por via oral, por poucos dias, irá contribuir para a melhora do paciente.
- Na prevenção e tratamento de doenças respiratórias alérgicas: eles geralmente são administrados por via inalatória e contribuem de maneira efetiva no tratamento.
- Em doenças crônicas: nestas situações, os corticóides são administrados por via oral e por tempo prolongado. Doenças reumáticas, renais e pulmonares constituem bons exemplos.
Os efeitos colaterais são decorrentes do tempo, dose, forma de administração e da sensibilidade individual do paciente aos mesmos.
De forma geral, nas situações 1, 2 e 3, os corticóides não apresentam efeitos colaterais ou eles são mínimos.
Na situação 4, eles podem levar a efeitos colaterais como: ganho de peso, estrias, presença de espinhas e pêlos na face, prejuízo no crescimento, fraqueza e mal estar após sua suspensão abrupta.
Nestas situações, a retirada paulatina do medicamento, sob supervisão médica, permitirá diminuir progressivamente estes efeitos colaterais com possível desaparecimento dos mesmos.
Portanto, como em qualquer medicamento, a administração correta, sob cuidado médico, durante o tempo prescrito, permitirá obter os benefícios desta terapêutica, reduzindo a ocorrência dos possíveis efeitos colaterais.
Relator: Dr. Hilton Kuperman
Vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Pediátrica da SPSP – gestão 2004-2006
Presidente do Departamento de Endocrinologia Pediátrica da SPSP – gestão 2007-2009
Texto original divulgado no portal em 2006
Texto atualizado em 25/07/2007