Contracepção na adolescência

Contracepção na adolescência

O desenvolvimento da sexualidade faz parte do adolescer, porém características próprias dessa fase podem levar a comportamentos de risco, resultando em altos índices de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis (DST). A escolha do método anticoncepcional deve ser individual, reversível, baseada em avaliação clínica e com o conhecimento das contraindicações.

As principais escolhas para adolescentes são:

Métodos de barreira

Os preservativos masculino e feminino são os dois únicos métodos que oferecem comprovadamente proteção contra gravidez e DST (dupla proteção), devendo ser encorajados. O primeiro tem alta eficácia (98%) se utilizado corretamente. O segundo oferece proteção ainda maior, pois protege também a parte externa dos genitais femininos, porém seu uso é mais complexo, uma vez que exige a manipulação genital para colocação correta.

sasint | Pixabay

Métodos hormonais

Existem vários métodos anticoncepcionais hormonais, sendo a pílula o mais comum e aceito. Compostas por estrógeno e progesterona nas mais diversas apresentações, elas devem ser tomadas diariamente conforme a recomendação de cada produto. O início da primeira cartela ocorre idealmente no primeiro dia do ciclo menstrual, mas se o risco de gravidez for alto, pode ser iniciado imediatamente, em qualquer momento do ciclo. Nos casos de contraindicação ao uso do estrogênio, podem ser prescritas pílulas com progesterona isolada. Os casos de falha estão relacionados a erros de uso, principalmente ao esquecimento de tomar os comprimidos diariamente.

O anticoncepcional transdérmico, composto por estrogênio e progesterona, é uma outra opção e apresenta-se na forma de adesivo, que deve ser aplicado semanalmente, por 3 semanas, com pausa na quarta semana. Os possíveis locais de aplicação são: baixo ventre, nádegas, parte superior do braço e do tronco.

Outro método existente é o anel vaginal. Composto de estrogênio e progesterona, trata-se de um dispositivo transparente e flexível, que deve ser inserido na vagina por 3 semanas e removido na quarta.

Os métodos injetáveis são recomendados para as jovens com dificuldade de adesão à pílula. A injeção de estrógeno e progesterona é de frequência mensal, existindo também a injeção com progesterona isolada, de frequência trimestral. Essa última tem sido evitada devido ao impacto na densidade óssea das jovens, assim como pelo ganho de peso consequente ao seu uso.

A tendência mundial atual é o uso da proteção de longa duração para adolescentes, representada pelo uso dos dispositivos intrauterinos (DIU) e pelo implante subcutâneo, de grande efetividade para o controle da gravidez não planejada. O DIU hormonal, inserido no útero por um médico ginecologista, contém apenas progesterona e deve ser trocado a cada 5 anos. Já o implante, dispositivo também composto por progesterona isolada, é colocado por esse mesmo profissional no tecido subcutâneo do antebraço da paciente, permanecendo ativo por 3 anos.

DIU de cobre

Não contém hormônio, deve ser inserido no útero por um médico ginecologista e tem duração de 10 anos.

Anticoncepção de emergência

É um método para ser utilizado em situações excepcionais, como após relação sexual sem proteção ou falha de um método anticoncepcional. A pílula deve ser tomada até cinco dias após relação sexual desprotegida, quanto antes maior a eficácia. Seu mecanismo de ação é fundamentalmente a inibição da ovulação, portanto, não é um método abortivo, pois não interfere na gestação já estabelecida.

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Relatores:
Dr. Alexandre M. Hirata
Dra. Andrea Hercowitz

Departamento Científico de Adolescência da SPSP.

Publicado em 23/10/2018.

Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.

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