A clavícula é o osso responsável por conectar o ombro ao tórax, servindo como proteção aos nervos e vasos. Entre os recém-nascidos, a fratura nesta região é mais frequente. Causada por uma distócia, denominação médica para um distúrbio ou dificuldade que pode ocorrer durante o parto, pode passar despercebida, sendo notada somente em um primeiro exame feito pelo pediatra. Essa distócia ocorre quando a distância entre os ombros do bebê é muito grande em relação ao canal do parto. Desse modo, durante a execução das manobras realizadas para liberar os ombros do bebê, pode acontecer a quebra do osso. Felizmente, a complicação durante o parto é rara.
De acordo com o Dr. Rui Maciel Godoy Jr., presidente do Departamento Científico de Ortopedia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o recém-nascido precisa ser examinado por um ortopedista pediátrico para que se constate a fratura. “Deve ser realizado um exame físico detalhado do bebê para o diagnóstico correto. Pode ser necessário, também, realizar radiografias, pois é preciso saber se há outras lesões. A fratura da clavícula pode estar associada a uma lesão em um conjunto de nervos, o plexo braquial, que é bem mais grave”.
Caso a fratura seja a única lesão ocasionada, o braço do bebê deve ser imobilizado até que a área seja completamente cicatrizada e consolidada. O tratamento é simples e, geralmente, leva a uma recuperação completa. “O tempo de imobilização dura de duas a três semanas. Evitar mobilizar e fazer pressão na região lesionada é muito importante. Qualquer anormalidade deve ser informada ao médico imediatamente”, afirma dr. Rui Maciel.
Os pais devem estar atentos a pequenos detalhes que são essenciais para manter o bebê confortável durante o período de recuperação como, por exemplo, deitá-lo de barriga para cima para dormir, usar roupas mais largas e evitar colocar as mãos debaixo de seus braços ao segurá-lo.
Muito raramente a lesão atinge os nervos, mas, quando isso acontece, pode resultar em perda da sensibilidade, deformações, atraso no movimento do membro ou até paralisia. No entanto, essas sequelas nem sempre são definitivas e podem durar somente enquanto o local lesionado está em processo de cicatrização. As sequelas podem ser tratadas com fisioterapia, medicamentos e até mesmo cirurgia, de acordo com a prescrição de um médico especialista.
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Texto produzido pela assessoria de imprensa da SPSP.
Publicado em 25/02/2016.
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