Atraso ou ausência de fala é um alerta aos pais sobre o aspecto auditivo da criança. Com um simples teste da presença de emissões otoacústicas, é possível identificar cerca de 90% dos casos. Uma série de fatores está relacionada à perda da audição na infância, como a genética, infecções durante a gestação (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e sífilis), malformações crânio-faciais, prematuridade, entre outros. A perda auditiva pode impactar nas demais etapas do desenvolvimento auditivo e aquisição de palavras e, consequentemente, da comunicação infantil.
“Por ser indolor, a perda auditiva não possui sintoma externo e é silenciosa. Os pais devem estar atentos à reação da criança frente aos sons como a fala da mãe, do pai, e ruídos habituais caseiros para se suspeitar do quadro”, explica o Dr. Silvio Marone, vice-presidente do Departamento Científico de Otorrinolaringologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Segundo ele, é importante estar atento aos fatores responsáveis pela possível perda auditiva, uma vez que eles podem se manifestar na gravidez ou pós natais como a anóxia neonatal, icterícia neonatal e ototóxicos. Nesse último caso, costuma ser necessária transfusão sanguínea. De acordo com Marone, esses fatores são classificados como perda auditiva pré-natal ou congênita. “É importante estar atento a ocorrências na família, pois uma das causas é justamente a hereditariedade”, ressalta.
Marone destaca que, ao desconfiar da ocorrência, a família deve consultar o pediatra para realização de exames, sobretudo até o bebê completar três meses de idade. “Deve-se priorizar o diagnóstico funcional. Se a criança apresentar a privação auditiva, precisa do encaminhamento a um otorrinolaringologista e ter a audição estimulada, independente do fator da perda”.
O pediatra enfatiza também que é fundamental o papel da relação familiar com o bebê nesse momento, especialmente com a mãe, que pode conversar diretamente com a criança, estimulando-a. Assim como o diálogo, existem outros métodos de estimulação, como o uso de aparelhos de amplificação sonora e música.
A cirurgia, o tratamento clínico ou a prótese auditiva são opções consideradas individualmente, de acordo com o grau da perda em cada caso. “A criança que coloca o implante ouve naturalmente, logo ela pode frequentar escolas regulares e alcançar uma qualidade de vida mais adequada”, finaliza Dr. Marone.
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Texto produzido pela assessoria de imprensa da SPSP.
Publicado em 25/08/2016.
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