Campanha Outubro Verde – Combate à Sífilis Congênita

Campanha Outubro Verde – Combate à Sífilis Congênita

Texto divulgado em 30/09/2024


A sífilis congênita representa um enorme desafio aos médicos pediatras, devido ao aumento progressivo das taxas de transmissão vertical (da mãe para o bebê) da doença. Por isso, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) criou a campanha Outubro Verde – Mês do Combate à Sífilis Congênita, que tem por objetivo chamar a atenção da população para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da sífilis na gestante, pois essa é a melhor forma de prevenir que a doença seja transmitida ao recém-nascido.

“A campanha Outubro Verde tem sido muito importante para alertar a população, uma vez que os números de sífilis congênita no país e no mundo são alarmantes. Esse aumento na incidência de uma doença que é facilmente prevenível e tratada, desde que seja feito o diagnóstico, é realmente preocupante, já que a falta de tratamento pode levar desde sequelas irreversíveis até a morte do bebê, tanto intraútero quanto após o seu nascimento. Devido à alta prevalência da doença, o Ministério da Saúde (MS) lançou, em 1993, um projeto de redução/eliminação da sífilis congênita, entretanto, a despeito desta iniciativa, observou-se um recrudescimento da doença e, além de não se conseguir erradicá-la, houve um aumento no número de casos. Pretendemos, dessa forma, chamar a atenção de todos para a importância do acompanhamento adequado do pré-natal da gestante e, assim, realizar o diagnóstico e o tratamento da sífilis o mais cedo possível. Ao se prevenir a transmissão da doença ao bebê, graves complicações que a criança poderá apresentar posteriormente serão evitadas, bem como o risco de óbito.”

Claudio Barsanti, coordenador das Campanhas da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)

“A sífilis congênita é uma doença evitável, causada pela disseminação pelo sangue da bactéria Treponema pallidum, com alto risco de transmissão ao feto quando a gestante contaminada não é testada durante o pré-natal ou na ausência de tratamento adequado. A doença é transmitida através da placenta (transmissão vertical) e, em casos mais raros, durante o nascimento, por contato direto com lesões de sífilis no canal de parto. O diagnóstico e o tratamento da mãe são essenciais, uma vez que a doença pode resultar em aborto, nascimento prematuro e bebês com baixo peso. O prognóstico da sífilis congênita está ligado à gravidade da infecção intrauterina e à época em que o tratamento foi instituído. Entre os sintomas da sífilis congênita precoce estão anemia, aumento do fígado ou do baço, icterícia, lesões de pele nas palmas das mãos e plantas dos pés, meningite e alterações radiológicas, como por exemplo lesões ósseas. Já na sífilis congênita tardia, as manifestações incluem, entre diversas outras, distúrbio auditivo, alterações oftalmológicas e dificuldade de desenvolvimento e aprendizado.  Portanto, quanto mais precocemente tratar, menor será o prejuízo para a criança.

Lilian dos Santos R. Sadeck, coordenadora do Grupo de Trabalho da Prevenção e Tratamento da Sífilis Congênita e da Campanha Outubro Verde – Mês do Combate à Sífilis Congênita da SPSP

Organização: Grupo de Trabalho da Prevenção e Tratamento da Sífilis Congênita da SPSP